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LANCE!

'Espantos' no Japão e pesadelos com a Liberta: Nilton conta causos ao L!

Aos 29 anos, volante vive ótima fase no Vissel Kobe, time que irá receber Podolski

31 mar 2017 - 08h07
(atualizado às 08h07)
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Cômico e vencedor por onde passou, Nilton vive ótima fase em sua segunda temporada no Japão. Pela primeira vez fora do Brasil, o volante ex-Corinthians, Vasco, Cruzeiro e Internacional) tem sido um dos destaques do Visse Kobe, atual líder invicto do Campeonato Japonês (quatro vitórias em quatro partidas) e que, em breve, receberá o astro Lukas Podolski.

De solitárias voltas na rua a churrasco de carne de urso, Nilton já acumula histórias inusitadas ao longo dos noves meses que está na equipe comandada por Nelsinho Baptista, que volta a campo neste sábado, para encarar o Urawa Reds pela J-League.

- No início foi complicado me adaptar ao fuso horário. Às vezes, quando eu ainda morava em hotel, ia dar volta na rua, sozinho, até ficar com sono. Minha família só veio depois de um mês e meio da minha chegada. Foi complicado até lá - disse Nilton ao LANCE!, contando ainda o que mais o chocou nos primeiros no país oriental.

- Eu me surpreendi com o arroz aqui, de verdade. Meu Deus, como eles são fissurados! Até no café da manhã eles comem, inclusive com salada, eu levei um susto quando vi (risos). Outra situação que me espanta é a forma como eles sugam o macarrão... O que é aquilo?! O Leandro da Silva, que já está aqui há 12 anos, me explicou que isso é normal e uma forma de comprovar que a pessoa gostou da comida.

- As carnes daqui são maravilhosas e, sempre que dá, fazemos churrasco. Mas isso me lembra uma história bizarra. Uma vez, fizemos uma reunião com amigos e eles assaram carne de pato e de urso. No início me assustei bastante, mas não é que era gostoso? - prosseguiu o meio-campista.

Aos 29 anos, Nílton pode se gabar dos canecos que levantou por aqui. Ao todo, foram três Campeonatos Brasileiros (2015, 2013 e 2014), uma Copa do Brasil (2011), um Mineiro (2014), um Gaúcho (2015) e duas Séries B (2008 e 2009). Além de enaltecer suas conquistas, ele também lembrou do que mais o marcou negativamente. E como marcou...

- Me sinto muito realizado profissionalmente. Lembro com muito carinho do jogo (pelo Cruzeiro) contra o Fluminense, no último do Brasileiro de 2012, quando marquei um gol, dediquei à minha esposa e ainda comemoramos o título - salientou.

- Já o que mais me marcou negativamente foi pelo Vasco... Ah, aquela eliminação contra o Corinthians (nas quartas da Libertadores de 2012) me deixa engasgado até hoje. Ainda tenho visão do momento do chute do Diego Souza. Quando vi que ele não tinha feito o gol, percebi que estava ajoelhado no gramado. Como um torcedor mesmo, só que de visão privilegiada. Mas o Cássio tem todos os méritos naquele lance. Depois, ainda tentei ir no Paulinho (autor do gol salvador do Timão), mas a bola passou do meu lado e acabou entrando. Esse é o lance que eu quero esquecer na minha vida. Demorei uma semana para dormir depois daquele jogo - revelou, em tom já bem-humorado, Nílton.

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

BOA FASE NO JAPÃO

Nelsinho Baptista arrumou um esquema que a nossa equipe dificilmente leva gols. O japonês aqui domina e já passa a bola. Eu, quando cheguei, queria prender muito a bola... Eles não têm a ginga do brasileiro, por exemplo. Acabei me adaptando ao estilo daqui e, com o tempo, fui evoluindo, conseguindo contribuir mais, inclusive com assistências.

FUTEBOL JAPONÊS

Quando eu cheguei, tinha uma visão do futebol japonês. Mas eu fui surpreendido. Aqui, eles são muito técnicos e trocam muitos passes. Vimos isso no Mundial de Clubes com o Kashima Antlers. O que o técnico pede eles fazem, é impressionante, tanto no aspecto ofensivo quanto defensivo. São muito disciplinados. Se você falar: "Bate a cabeça na trave para pegar o rebote", eles vão e fazem sem pensar duas vezes.

PODOLSKI

Tem um amigo que trabalha como tradutor que sempre me traz notícias da imprensa e das redes sociais. Ele até comentou comigo que alguns torcedores não gostaram da saber que eu perderia a camisa 10 para ele (Podolski), mas para mim é tranquilo. O número não me atrapalha nada. Só me atrapalharia se o número da conta fosse alterado (risos). Espero jogar muito ao lado dele.

VOLTA AO BRASIL?

Não penso em retornar ao Brasil agora. O povo aqui me recebeu muito bem, me sinto muito à vontade e adaptado ao país. Sempre procuro conhecer mais o país, a cultura. Uma aprendizagem que agrega para os meus filhos também. Por onde passar, quero deixar uma história bonita. Por isso, quero levantar troféu aqui também, como fiz nos clubes onde passei no Brasil.

PRENDA

Numa reunião de jogadores, logo no meu início aqui, sofri com os companheiros. Eram um bingo, eles armaram para eu ser sorteado e pagar uma prenda. Me arrumaram uma comida super apimentada, daí eu pedi "água, água" e acabaram me dando saquê. Fiquei muito doido, tiveram que me deixar em casa. No dia seguinte, não lembrava de nada (risos).

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