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FIVB causa desconforto em tentativa de "acelerar" Grand Prix

Entidade pediu para encurtar a comemoração dos pontos para atender a interesse de televisões

10 jun 2016 - 06h03
(atualizado às 10h39)
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A pressa é inimiga da perfeição. E talvez tenha sido este um dos fatores prejudiciais para a Seleção Brasileira feminina de vôlei na última quinta-feira, na estreia no Grand Prix, ainda que a vitória sobre a Itália por 3 a 1, parciais de 23-25, 25-15, 25-15 e 27-25, na Arena Carioca 1, não tenha escapado.

Concentradas no vestiário do Parque Olímpico poucas horas antes de a bola subir, as brasileiras foram pegas de surpresa com uma recomendação da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), que não foi bem recebida.

A jogadora que fosse sacar não deveria, após o ponto, comemorar o feito com suas companheiras. A ideia já vem sendo debatida há meses. A entidade quer testar partidas mais rápidas, para satisfazer a um desejo antigo das televisões, prejudicadas pela imprevisibilidade de duração do esporte.

"Não foi fácil. Começamos muito aceleradas para atender ao que foi pedido. Nós temos uma rotina do saque e agora será preciso adaptá-la. Para mim, foi a primeira experiência assim. Ainda não encontramos o timing certo", afirmou a ponteira Fernanda Garay.

Brasil estreou na competição com vitória sobre a Itália por 3 sets a 1
Brasil estreou na competição com vitória sobre a Itália por 3 sets a 1
Foto: Lance!

"É chato. Fica um jogo muito corrido. Eu não gostei e espero que não vingue. Falaram assim: 'Quando fizer o ponto, já corre para o saque, não vai comemorar'. Perdemos o momento de vibração com o grupo, ainda mais depois de um grande rally, quando é bom termos aquele descanso", lamentou a levantadora Dani Lins.

Para um jogo de quatro sets e com boa dose de nervosismo, que quase foi para o tie-break, o objetivo dos organizadores foi cumprido. O "espetáculo" durou 1h43. A meta é que as partidas não ultrapassem 1h50. A recomendação do jogo mais acelerado também será feita entre os homens, na Liga Mundial.

O técnico brasileiro é a favor da medida e garante que a necessidade de adaptação a um jogo mais “corrido” não pode servir de desculpa para o desempenho da Seleção, que, para ele, foi muito abaixo da média.

"A adequação é algo que nós temos de fazer. Podem dar todas as desculpas do mundo, mas temos de jogar com mais atitude se quisermos chegar bem aos Jogos", afirmou Zé Roberto, após o jogo.

"Elas, por estarem participando do jogo, podem ter achado ruim. Eu não senti diferença. Para mim, elas comemoram o quanto quiserem. Mas (a mudança) é uma tendência mundial. Temos de nos adaptar", completou o comandante.

Após um primeiro set complicado, em que a Itália deu trabalho com a jovem oposto Egonu, de 17 anos, o Brasil acordou. Empatou a partida em seguida e parecia até encaminhar a vitória.

Na última parcial, um susto. A reserva Diouf, que havia saído do banco, foi arma poderosa para quase levar a disputa ao tie-break. Uma reação no bloqueio, que rendeu 17 pontos às brasileiras no total, fez as donas da casa selarem a virada.

Nesta sexta-feira, as brasileiras encaram o Japão, às 14h10, no mesmo local, que será palco do basquete masculino na Rio-2016. As asiáticas estrearam com triunfo por 3 a 0 sobre a Sérvia. E Zé Roberto espera uma mudança de postura.

"Antes, só tínhamos disputado amistosos. O time tem muito a melhorar, tanto em bloqueio, defesa, saque e passe. Iremos nos adaptando ao longo do torneio", disse a ponteira Natália, maior pontuadora na estreia, com 16 acertos.

O último compromisso do time na capital fluminense será contra a Sérvia, domingo. Depois, a Seleção viaja para Macau (CHN) e Ancara (TUR), na sequência da primeira fase. Para o Grand Prix, Zé pode inscrever 14 atletas em cada etapa. Na Olimpíada, ele terá apenas 12 à disposição.

Contra o Japão, time terá mudança

Para o duelo contra o Japão, Zé Roberto afirmou que mudará a escalação da equipe, como parte da estratégia de testar todas as jogadoras com foco na Olimpíada do Rio. A central Fabiana dará lugar a Thaisa. Juciely, que briga por uma das vagas da posição na Rio-2016, seguirá no time por enquanto.

As ponteiras Natália e Fernanda Garay devem seguir na equipe principal, mas a jovem Gabi entrará aos poucos no decorrer da competição, assim como Jaqueline, que só estreia na semana que vem.

"O Japão não tem tanta exuberância de ataque nas bolas altas como a Itália, mas essas escolas são importantes para termos uma ideia do que serão os Jogos", afirmou Zé.

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