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Herói de título, Kelvin fala sobre sua saída do Porto: 'Não entendi nada'

Em alta no Vasco, atacante lembra que pediu para sair, comenta sobre sua boa relação com a torcida do Dragão, e diz que não pensa em jogar pelo Benfica

23 fev 2017 - 09h07
(atualizado às 09h07)
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Responsável direto pelo último título do Campeonato Português do Porto, Kelvin é, de fato, um ídolo da torcida do Dragão, protagoniza um espaço no museu do clube, ainda é jovem... Mas nem assim conseguiu se firmar no time. Autor do gol sobre o Benfica na penúltima rodada da Liga de 2012/13, que inverteu os rivais na tabela, viveu sob expectativa de brilhar na temporada seguinte. Mas entrou em campo apenas 15 vezes, sendo a maior pelo time B dos tripeiros, que disputa a Segunda Divisão. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o atacante que está emprestado ao Vasco tentou explicar o seu sentimento.

- Desapontado, não. Esperava apenas ter mais oportunidades. Outro ano, fiz o gol, boa pré-temporada como titular, e de repente o treinador que acabara de chegar (Paulo Fonseca) me chamou no canto e disse que não iria me utilizar. Falou que era para eu manter a minha forma no Porto B. Foi um momento que eu não entendi nada, pedi para sair e o clube me liberou - explicou Kelvin, no papo que aconteceu em São Januário:

- Faltaram oportunidades. Também, depois desse gol eu acabei jogando no Porto B alguns jogos, tive novas oportunidades no Porto A, soube aproveitar, mas o treinador não queria contar comigo. Aí procurei sair. Jogador se desmotiva também. Me desanimei, queria sair de qualquer jeito. Sabia do meu potencial e que provei que poderia ajudar o time de qualquer maneira. Saí e fui feliz.

Kelvin tem o seu espaço no museu do Porto (Foto: Reprodução)

Porém, sua primeira saída não foi imediata. Terminou a temporada com Paulo Fonseca e começou a seguinte com Julen Lopetegui, que priorizava outros jogadores. No início de 2014/15, ficou só no time B, e então foi emprestado para o Palmeiras, e depois para o São Paulo. Kelvin explicou como foi o diálogo com o treinador espanhol e como se deu a saída. Falou ainda se teve alguma conversa sobre este assunto com o presidente Pinto da Costa.

- Quando ele entrou, eu já tinha pedido para ir embora. Me avaliou, fiz a pré-temporada, fiquei seis meses com ele lá. Mas sempre foi sincero comigo, falei da minha situação. Até não queria que eu viesse para o Brasil, queria que eu seguisse na Europa. Sempre respeitei todo mundo e soube lidar com o não. Ele (Pinto da Costa) nunca nem comentou comigo. Sempre tive uma boa relação com ele, conversando numa boa. Nunca discuti com os fatos ocorridos. Nunca comentou nada comigo.

Mesmo assim, o carinho da torcida sempre foi muito presente. Além do gol contra o Benfica, famoso por ter literalmente levado o técnico Jorge Jesus, então no Encarnado, ao chão, foi importante no jogo contra o Braga. Quatro rodadas antes, o jogo estava 1 a 1, ele entrou aos 31 do segundo tempo, e marcou dois gols.

No primeiro dia deste ano, de volta ao Porto após o empréstimo ao São Paulo, participou do tradicional treino aberto do time no Estádio do Dragão. Foi o mais aplaudido pelos 28 mil torcedores nas arquibancadas.

- A relação com a torcida era e é muito boa até hoje. Sabem do meu potencial. Estou confiante. Posso ajudar muito. Até hoje, quando entro em campo, sou ovacionado pela torcida para seguir meu trabalho. Sei que foi um momento histórico e nunca vou esquecer.

Inclusive, por conta do seu gol contra o Benfica aos 47 do segundo tempo, houve uma campanha para que vestisse a camisa 92 (na Europa, a contagem dos minutos soma os dois tempos). Sempre recusou.

- Não tem nada a ver isso. É momento da torcida, seria interessante para a torcida, não para mim. Foi um momento que nunca vou esquecer, mas não teria sentido usar a camisa 92, seria uma provocação. Nunca escolhi camisa. Não teria sentido fazer essa provocação.

Com passagens seguidas por rivais paulistas, Kelvin não tem no pensamento fazer o mesmo em Portugal e, caso tenha a oportunidade, defender o Benfica.

- São coisas que não passam na minha cabeça. Hoje estou no Vasco. Já joguei em clubes rivais como o Palmeiras e o São Paulo. Nunca sabemos o dia de amanhã. Estou pensando só aqui no Vasco e para o futuro ainda não sei - explicou Kelvin, dizendo sobre a sua expectativa para o futuro mais distante com o Dragão:

- Eu sempre tive vontade de ter uma sequência no Porto. Infelizmente não aconteceu. Na época que fiz o gol isso acontecia. Tinha alguns minutos e mostrava meu potencial. Eu tenho contrato lá até 2019 e se isso acontecer, fico feliz.

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