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Jogadora de Zimbábue divide seleção com trabalho em fábrica de açúcar, e elenco vence batalha pela Rio-2016

Técnico e jogadoras não são esportistas profissionais - o comandante é professor de educação física, por exemplo. Canadenses mostram respeito pelo esforço das adversárias

5 ago 2016 - 14h30
(atualizado às 14h37)
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A equipe de futebol feminino de Zimbábue levou 6 a 1 da Alemanha na sua estreia em Jogos Olímpicos, mas o sentimento entre as jogadoras e comissão técnica é de orgulho. Nesta sexta, o treinador Shadreck Mlausi e a atacante Felistas Muzongondi relataram as dificuldades que passaram para chegar à Rio-2016. Sem apoio no país, o elenco tem de revezar os treinos da equipe nacional com o trabalho no dia a dia.

Seleção de Zimbábue perdeu para a Alemanha por 6 a 1 na estreia na Olimpíada (Foto:Ivan Storti/LANCE!Press)
Seleção de Zimbábue perdeu para a Alemanha por 6 a 1 na estreia na Olimpíada (Foto:Ivan Storti/LANCE!Press)
Foto: Lance!

- Nossa liga ainda está se desenvolvendo, nossas jogadoras não são pagas e o apoio ao futebol feminino não é muito grande. Eu sou professor de educação física e o treinador da equipe nacional ao mesmo tempo. O caminho para chegar aqui não foi fácil - relatou Mlausi.

- Eu tenho de balancear o tempo para ir ao trabalho e aos treinos. Eu sou funcionária de uma fábrica de açúcar e posso dizer como capitã que não foi fácil, vivemos uma jornada difícil para chegar aqui. É por isso que chegar aqui, ver um estádio lindo como este (Arena Corinthians), que não temos em Zimbábue, é uma ótima experiência - acrescentou a jogadora.

Esta é a primeira vez que Zimbábue consegue se classificar para um esporte coletivo na Olimpíada. O outro time que o país africano teve participando dos Jogos foi em 1980, convidado após desistências no hóquei na grama. Na ocasião, de forma surpreendente, acabou com a medalha de ouro.

Desta vez, a expectativa é bem menor, mas ainda assim este grupo está sendo muito respeitado pelos adversários. No sábado, o rival será o Canadá, e o técnico John Herdman disse ter buscado informações dos últimos três meses sobre Zimbábue e conheceu um pouco das dificuldades das rivais.

- Nossa pesquisa é ver o que saiu na imprensa deste time nos últimos três meses. Passei ao elenco que este grupo passou por muita dificuldade, um artigo falava que Zimbábue teve problemas e não tinha 100 dólares para fazer um exame em uma jogadora. Você pega respeito por seu oponente e pela adversidade que passou - explicou o técnico do time canadense.

Neste sábado, a Arena Corinthians receberá mais uma rodada dupla do Grupo F de futebol feminino. Às 15h, Canadá enfrenta Zimbábue, e às 18h será a vez de Austrália e Alemanha duelarem. A equipe germânica lidera a chave com três pontos e cinco gols de saldo, enquanto as canadenses têm os mesmos três pontos, mas dois gols de saldo.

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