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Leco vê invasão como 'orquestração política' e já aciona autoridades

Presidente do São Paulo faz pronunciamento e atende a imprensa no CT da Barra Funda horas depois do protesto da torcida que terminou em agressão a três atletas

27 ago 2016 - 18h37
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Carlos Augusto de Barros e Silva não estava no CT da Barra Funda quando o local foi invadido por torcedores e três atletas acabaram agredidos na manhã deste sábado. O presidente do São Paulo participava da inauguração de busto para Juvenal Juvêncio no CFA Laudo Natel, em Cotia, mas precisou deixar as festividades de lado para prestar esclarecimentos sobre a confusão.

Leco prometeu ceder imagens das câmeras de segurança às autoridades (Foto: Bruno Grossi)
Leco prometeu ceder imagens das câmeras de segurança às autoridades (Foto: Bruno Grossi)
Foto: Lance!

Antes de responder as perguntas da imprensa, Leco pediu para realizar um pronunciamento. Logo fez denúncias de que o protesto foi arquitetado por membros da oposição mais radical do clube, sem citar os nomes dos envolvidos, mas com indiretas duras. Depois, declarou que o Tricolor cederá imagens do circuito de segurança para que os responsáveis pela invasão, pelas agressões a atletas e roubos sejam punidos.

O PRONUNCIAMENTO

O que assistimos hoje foi deplorável, sob vários aspectos. As dependências do nosso CT foram invadidas, jogadores foram intimidados em seu ambiente de trabalho, alguns foram agredidos fisicamente e objetos pessoais e do clube foram furtados. O São Paulo foi vítima de vandalismo, atos criminosos, que serão apurados com todo vigor. As providências para isso já foram tomadas. Primeiro quero prestar minha solidariedade ao elenco, à comissão técnica e aos profissionais que aqui trabalham. As cobranças são legítimas e necessárias, mas o que aconteceu aqui foi outra coisa, que não vamos aceitar. Segundo quero dizer aos autores e idealizadores deste ato que não me intimidam, mesmo, muito pelo contrário. Uma coisa é a insatisfação da torcida pela situação no campeonato ou por uma derrota que todos sabem ser inaceitável (Juventude). Outra é uma ação política arquitetada para abalar a administração do clube. Os idealizadores não querem o bem do São Paulo. Apostam no quanto pior melhor. Não vão triunfar. Quem pagou ônibus para a torcida vir ao CT? Quem incitou atos contra jogadores e funcionários. Vocês da imprensa devem investigar. Como presidente, quero reiterar que sei da insatisfação da imensa nação são-paulina com o desempenho do campeonato neste momento. É minha também. Mas sei também que nossa nação não apoia e nem tolera atos de vandalismo como os de hoje. Não tenho dúvida de que havia torcedor bem intencionado, gente com vontade genuína de expor seu amor pelo São Paulo. Esses eu respeito e converso. Os gestores da baderna, porém, não tolero. São figuras menores que tentam usar a torcida organizada como massa de manobra. Vamos responder dentro de campo, com uma gestão responsável e correta, de forma transparente e dentro da lei. Assim se posiciona o São Paulo diante desse quadro lamentável.

E-mail enviado pelo São Paulo para solicitar policiamento reforçado no CT da Barra Funda neste sábado (Foto: Bruno Grossi)

QUEM ARQUITETOU?

O cunho político é nítido porque, lamentavelmente, encontramos manifestações de figuras da oposição por criticar a administração e tentar desestabilizar. Referências de apoio, de que foi certo, foi bom, o que é algo impensável e inacreditável que o São Paulo tenha pessoas em seu seio que aplaudam isso. Há uma orquestração política de algumas pessoas, não necessariamente de dentro, mas que ficam o tempo todo municiando e até financiando, querendo perturbar a administração do São Paulo. E quando eles fazem isso e imaginam que estão me afetando, sinceramente não me sinto assim. É o clube que se prejudica. Daqui a pouco vou embora. Tenho a glória, nas poucas conquistas da minha vida, de estar aqui, mas amo como todos amam. Não precisam me atingir. Estão atingindo o São Paulo. E o São Paulo fala mais alto em mim do que eu mesmo.

É POSSÍVEL TER PAZ POLÍTICA?

Não posso responder por ela. Enquanto presidente, tento cuidar do clube, de ter uma equipe que atenda os requisitos de todos. Mas há pessoas inconformadas de não ter cargos. É uma oposição injusta, construída por desvios não verdadeiros do que estamos fazendo, que se aproveita de um momento difícil que vivemos. Uma oposição construtiva e respeitosa pode ser importante. Não sei, mas isso é tudo o que eles querem. Tem gente que torce contra, deseja revés e insucesso. Não querem o bem do São Paulo, infelizmente. Direi isso a vida toda. Vai para o jogo democrático e ganha quem tiver mais razão e força. Por enquanto, somos nós.

PREVENÇÃO E ATITUDES

Embora sabedores de que isso poderia acontecer, em nenhum momento passou pela cabeça cancelar ou mudar o treinamento. Seriam estratégias que não seriam as melhores para nossa estrutura. E quem quer fazer o mal, faz em qualquer lugar. Ficamos aqui fazendo nosso trabalho, mas infelizmente houve excessos. Tenho que ressaltar, e faço olhando os outros lados dos fatos, que não aconteceu nada mais grave. Estivemos perto de algo mais grave, como confronto da polícia com a torcida ou uma agressão mais severa a atletas ou funcionários. Não houve tanta violência, mas mais agressividade. Já tomamos providências, envolvemos a polícia, o Ministério Público, a Federação Paulista de Futebol. Abrimos um Boletim de Ocorrência imediatamente e apresentamos uma representação na polícia para que haja um instrumento de identificação e abordagem plena. Temos imagens de tudo e de todos. E as forças policiais e autoridades terão, naturalmente, esses elementos a mais para verificar o que aconteceu e a razão. Quando tomamos a iniciativa de romper (com as organizadas), éramos cientes do que aconteceria.

Torcedores após o protesto com invasão (Foto: Bruno Grossi)

COMO REAGIR E CUIDAR DOS AGREDIDOS?

Cada um tem uma particularidade diante dos acontecimentos. Esperamos que, dentro de um contexto maior, eles se sintam perfeitamente confortáveis e seguros no São Paulo pelo profissional que são. Admitimos críticas e ponderações, desde que sejam respeitosas e jamais atinjam as raias da violência. Ricardo pediu que eu ficasse tranquilo e está sossegado, até treinando agora para descontrair um pouco a tensão. E que resulte amanhã em uma boa performance amanhã (domingo, contra o Coritiba). Precisamos disso. Infelizmente, esse fenômeno não é incomum e nem exclusivo do São Paulo. Tivemos episódios recentes com times até de São Paulo. Os jogadores não fizeram queixas pessoais, porque as agressões foram empurrões, tapinhas e chutinhos. O São Paulo tomou uma iniciativa de caráter geral, com as agressões documentadas, mas não realçadas como tema central. O fato todo é grave. Pretendo falar (com quem foi agredido). Para transmitir nosso apoio, a segurança de que eles poderão trabalhar e exercer a profissão com tranquilidade. Não existe uma receita específica, mas uma conduta, um procedimento que o São Paulo tem para tranquilizar o grupo de trabalho.

ESPERA PUNIÇÃO AOS INVASORES?

Não tenho autoridade e conhecimento para responder isso, mas no mínimo uma punição que iniba comportamentos como esse. Que nunca chegue às raias de ameaças, vandalismo e etc. Quando digo tapinhas e empurrões, é porque foram mesmo. Graças a Deus não foi nada grave. E só não houve porque não teve reação maior, senão estaríamos lamentando uma tragédia. A responsabilidade é do Estado, das autoridades, do MP, de um juiz que venha a julgar. A única coisa que digo é que não ficamos inertes. Agora, se eles se autoproclamarem responsáveis por uma eventual vitória (neste domingo), vou adorar a vitória e creditar a todos os são-paulinos. Eles estão incluídos nisso. Mas tenho certeza que, se perder, não vão aceitar que prejudicaram. Ficará só na nossa conta. Para! Isso não tem razoabilidade, é vagabundo, não aceito! Quero que ganhe e que eles comemorem.

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