'Não é destruindo o clube que resolveremos', diz vice jurídico da Chape sobre ações
Luiz Antônio Pallaoro garante que clube está preparado para ações de familiares das vítimas, descarta negligência na contratação da LaMia e diz que Chape não deve nada
As feridas causadas pelo acidente que abalou a Chapecoense parecem bem longe de ser cicatrizadas. Com o clube catarinense prestes a ser alvo de processos por familiares de jogadores que foram vítimas da tragédia na Colômbia (leia aqui), o vice-presidente jurídico da Chape, Luiz Antônio Pallaoro atribui esta postura a uma reação emocional, e rebate as acusações:
- É normal, neste momento pesa o emocional das famílias das vítimas. Em um momento, iria ocorrer um questionamento. Nós vamos ter direito à nossa defesa para cada uma destas ações e mostrar nosso ponto de vista - declarou, ao LANCE!.
Pallaoro descartou uma hipótese de negligência do clube ao aceitar que a delegação fosse transportada pela companhia aérea LaMia. Segundo o advogado, a Chape amparou-se na lista de clubes e seleções que a empresa transportara:
- A LaMia nos contactou, e a empresa tinha a seu favor o "know-how" de ter transportado 15 clubes grandes e três seleções: a Venezuela, a Bolívia e uma grande seleção como a Argentina. Como iríamos suspeitar de sua atividade? Nós não infringimos em nada, estávamos indicados pelo passado deles.
O vice-presidente jurídico também rebateu a acusação de que a Chapecoense deva um valor maior do que a indenização paga até o momento:
- Foram pagas às famílias das vítimas todas as premiações, rescisões, seguros e recursos trabalhistas que seriam destinadas aos jogadores. Este sentimento é natural dos familiares, eles sentem as perdas de seus entes queridos.
VICE-PRESIDENTE JURÍDICO REBATE CRÍTICAS DE FILHO DE CAIO JÚNIOR
Luiz Antônio Pallaoro também reagiu ao desabafo que o filho de Caio Júnior, Matheus Saroli, fez em uma rede social. Ao fim da vitória por 2 a 1 do clube catarinense sobre o Atlético Nacional, pela Recopa Sul-Americana, Matheus definiu a cerimônia em homenagem às vítimas como um "marketing ganancioso":
- Essa homenagem foi uma retribuição ao que o Atlético Nacional fez para nós. Está encerrado este capítulo. Nós temos as memórias dos que se foram, só não podemos viver do passado.
O advogado ainda apontou que a dedicação exclusiva a resolver a situação das famílias das vítimas no acidente de 29 de novembro de 2016 seria inviável. Segundo ele, o clube vem tomando as providências:
- Não é destruindo o clube que iremos resolver as coisas. Estamos tentando resolver, ajudar os torcedores e as vítimas. Agora, tudo tem um limite. Nós sentimos muito, vamos ter sempre a memória deles, mas temos de seguir em frente.