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O melhor do dia 13: Bolt, o raio que cai várias vezes no mesmo lugar; Grael, uma família de ouro

E também: o vôlei de praia brasileiro volta ao topo, Isaquias a um passo da história e o atleta mais completo do mundo

19 ago 2016 - 01h18
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Clichês são dos mais fracos recursos que o jornalismo pode usar. Sempre uma saída fácil, sempre o caminho mais óbvio, que faz com que o jornalista não precise pensar. Mas existem personagens que desafiam os responsáveis por relatar a história. Usain Bolt é o principal destes.

A história todo mundo sabe: Bolt entrou na pista, ficou à frente dos rivais todo o tempo, venceu facilmente, levou o ouro. Na noite desta a quinta-feira, sua vitória nos 200 m foi exatamente assim. Parece simples, mas se trata de um tricampeonato olímpico na prova favorita do maior corredor de todos os tempos. Como contar algo que parece a mesma história de sempre, mas que na verdade é algo tão especial?

Bolt desafia o jornalismo tanto quanto desafia qualquer um que ouse correr ao seu lado. Ninguém o bateu em 2008, 2012 ou 2016, até aqui. Na noite chuvosa do Rio de Janeiro, o Raio caiu de novo. Mais uma vez na mesma prova. Raios caem no meso lugar sim, por mais que seja clichê dizer isso. A culpa é de Bolt.

Grael, que família

Torben Grael tem dois ouros, uma prata e dois bronzes olímpicos na vela. Com cinco, é o maior medalhista do esporte brasileiro, ao lado de Robert Scheidt - também, é claro, da vela. Mas Scheidt não pôde conquistar sua sexta medalha no Rio. A vela caminhava para passar em branco - logo ela, dona de 17 medalhas até esta quinta.

Foi quando a família Grael resolveu que, com o reforço da família Kunze, era hora de mudar esse destino. E Martine Grael, filha de Torben (e sobrinha de Lars, dono de dois bronzes), se juntou à amiga Kahena Kunze, para disputar a estreante classe 49er FX. Na regata final, entraram como vice-líderes. Passaram boa parte das "pernas" da prova como medalha de prata. Mas, na última, subiram para 1°. E 1° significava, também, ouro. Ao cruzar a linha de chegada, Grael e Kunze pularam na água de felicidade. Torben sorriu. A família, agora, tem oito medalhas olímpicas.

Dia de dois ouros!

Até a noite desta quinta, o vôlei de praia havia formado 11 pódios olímpicos, entre 1996 e 2016. Em nove deles, o Brasil estava presente. Mas, em apenas dois, no lugar mais alto do pódio. E a seca vinha desde 2004, com Emanuel e Ricardo. Acabou.

Alison e Bruno bateram os italianos Lupo e Nicolai em sets diretos e encerraram a sequência de 12 anos sem ouro na modalidade. Alison leva sua segunda medalha: em 2012, foi prata com Emanuel.

Isaquias já tem duas. Vem a terceira?

O baiano Isaquias Queiroz é um dos melhores do mundo em uma modalidade que poucos acompanham no Brasil. Mas faz questão de tornar isso quase impossível, ao menos por esta semana. Depois de levar a prata na prova c1 1.000 m, nesta quinta ele conseguiu o bronze na c1 200 m.

Acabou? Duas está bom: Nada disso. Isaquias quer mais. Ele pode se tornar, no próximo sábado, o primeiro brasileiro na história a conquistar três medalhas olímpicas na mesma edição de Jogos. Na sexta, ele começa, ao lado do parceiro Erlon Silva, a disputar a c2 1.000 m - prova na qual são campeões mundiais. Será que Isaquias se torna uma lenda?

Todo o amor de Isaquias Queiroz (Ari Ferreira/Lancepress!)

Nem toda glória vira medalha

Darlan Romani só garantiu a vaga olímpica no arremesso de peso em maio deste ano. Três meses depois, se tornou o primeiro brasileiro a disputar uma final de Olimpíada na modalidade. Três meses depois, fez a melhor marca de sua vida na decisão mais importante do esporte que pratica.

Darlan não foi ouro, nem prata, nem bronze. Ficou em 5°. Mas há glórias que não se traduzem em medalhas. Nem por isso são menos felizes.

Mas há medalhas especiais até demais

O Kosovo conseguiu, no judô. Fiji, no rugby. Cingapura, na natação. Nesta quinta, foi a vez da Jordânia, no taekwondo. O lutador Ahmad Abughaush conquistou a categoria até 68 kg e levou a primeira medalha da história de seu país.

O atleta mais completo

Esta quinta foi dia das provas do decatlo serem encerradas. E, como em 2012, o atleta que domina 10 das provas do atletismo foi coroado: Ashton Eaton, dos EUA, se tornou bicampeão olímpico.

Finais definidas

Diversas finais coletivas femininas foram definidas nesta quinta: no basquete, os EUA encaram a Espanha; no handebol, França e Rússia decidirão o ouro; no vôlei, a Sérvia pega a China - a mesma que eliminou as bicampeãs do Brasil.

Irmão medalhistas

O triatlo teve sua primeira prova, a masculina, nesta quinta. E consagrou uma família: os britânicos Brownlee. O mais velho, Alistair, repetiu o ouro que havia conquistado em Londres. O mais novo, Jonathan, subiu do bronze para a prata.

Os Brownlee celebram seu domínio (YASUYOSHI CHIBA / AFP)

Argentina leva 3° ouro

O judô, com Paula Pareto, e a vela, com Santiago Lange e Cecilia Carranza (na classe mista Nacra 17). Nesta quinta, foi a vez de um esporte bastante querido pelos argentinos: o hóquei na grama. Surpreendentemente, o ouro não saiu com as Leonas, sempre favoritas no feminino, mas sim com os garotos, que bateram a Bélgica por 4 a 2 na decisão (de esporte em que o Brasil perdeu seus jogos por 7 a 0, 12 a 0, 9 a 1, 9 a 0 e 9 a 0.

Confusão no revezamento

A equipe brasileira feminina no revezamento 4x100 m acabou desclassificada nas eliminatórias, na manhça desta quinta, após atrapalhar o time dos EUA em uma passagem de bastão. Os Estados Unidos ganharam chance de tentar completar a prova na parte da noite, correndo sozinhas na pista, e avançaram para a final. O revezamento brasileiro sonhava com medalha... Já o time masculino está na decisão - passou com o 8° tempo.

Americanas derrubaram bastão após toque de brasileira (FRANCK FIFE / AFP)

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