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Presidente da Comissão Desportiva Militar rebate críticas a programa

Paulo Martino Zuccaro negou que Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas só pegue esportistas 'prontos' e destaca intercâmbio dos militares com esporte

20 ago 2016 - 20h24
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O Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), do Ministério da Defesa, sofreu duras críticas nos últimos dias. O projeto se destina a beneficiar competidores de alto nível, recrutando-os para representar as Forças Armadas em competições como os Jogos Mundiais Militares. Por isso, Marcos Goto, técnico da seleção brasileira de ginástica artística e do atleta militar Arthur Zanetti - medalha de prata nas argolas, no Rio - reclamou publicamente do projeto, na última semana, dizendo que as Forças Armadas "pegam o atleta pronto".

Vice-Almirante Paulo Martino Zuccaro (ao centro) em coletiva neste sábado, no Rio (Foto: Gonçalo Luiz)
Vice-Almirante Paulo Martino Zuccaro (ao centro) em coletiva neste sábado, no Rio (Foto: Gonçalo Luiz)
Foto: Lance!

Neste sábado (20), foi a vez de Paulo Martino Zuccaro, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, responder as críticas. Responsável pelo programa, o vice-almirante rebateu que o projeto não tem fins somente competitivos e usou o tempo médio de serviço prestado pelos atletas militares para tentar rechaçar a tese de Goto:

- Nós estamos nisso há oito anos. Há alguns atletas há algum tempo com a gente, como o nosso Róbson Conceição (NR: Medalhista de ouro no Boxe, nos Jogos do Rio, Conceição é atleta militar há sete anos e só pode receber os benefícios do PAAR por mais um). A média, hoje, dos nossos medalhistas é de três anos nas Forças. E temos uma outra vertente que é a inclusão social (o Programa Forças no Esporte). Nós temos o segmento da inclusão social por meio do esporte. É um programa bonito que nos enche de orgulho. Estamos começando a ver esse programa oferecer talentos esportivos, conseguindo fazer essa junção entre o alto rendimento e o programa de base. Então, essa é uma critica que deve ser reavaliada - interpôs Zuccaro.

Outro questionamento comum sobre o apoio militar aos atletas de alto nível é se o projeto não busca fazer propaganda ou melhorar a imagem das Forças Armadas junto ao público, usando atletas que nenhuma identificação possuem com a causa militar. Afinal, apesar de atender 670 esportistas, sendo 145 presentes na delegação brasileira nas Olimpíadas, o projeto conta apenas com 76 atletas que são militares de carreira. Perguntado sobre o que ganham as Forças Armadas com o PAAR, Zuccaro destacou o intercâmbio no que diz respeito ao condicionamento físico.

- O esporte é algo típico em todas as forças armadas do mundo. A capacitação física, para ser mais específico. Ela é muito valorizada e faz muita diferença no momento da ação militar. Tudo o que aprendemos, o que ganhamos em termos de tecnologia, no ramo da medicina, biomecânica e da capacitação física como um todo contribui para que a gente melhore as condições de capacitação física dos nossos combatentes - justificou o presidente da CDMB.

Longe das críticas ao programa, o Brasil conquistou sua melhor participação na história dos Jogos Olímpicos, já tendo garantido 18 medalhas ao todo no Rio. Dessas, 12 foram ganhas por atletas militares, sendo três de ouro com Rafaela Silva, no judô, Alison e Bruno, no vôlei de praia e a dupla Martine Grael e Khaena Kunze na vela.

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