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São Januário: a grande inauguração e as primeiras ações na casa vascaína

Este capítulo da série especial sobre os 90 anos da Colina Histórica mostra o grande evento social que foi a abertura do estádio. A atração principal foi o amistoso entre Vasco e Santos

12 abr 2017 - 07h03
(atualizado às 07h04)
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Com uma mobilização memorável dos seus sócios e torcedores, o Vasco ergueu São Januário, que está perto de completar seus 90 anos. Sua inauguração, no dia 21 de abril de 1927, foi grandiosa como o tamanho do feito do Cruz-Maltino, que havia colocado de pé o maior estádio da América do Sul. O primeiro jogo foi um grande evento social que contou com mais de 40 mil pessoas. Tanto que o placar final, uma derrota do time da casa, foi mero coadjuvante no espetáculo que marcou o nascimento de um templo de tamanha magnitude. Este capítulo da série especial do aniversário da Colina Histórica mostra os primeiros acontecimentos no palco vascaíno.

Uma multidão compareceu à inauguração de São Januário, que teve a presença de muitas autoridades, como o presidente da república da época, Whashington Luiz. Todos queriam presenciar o maior feito do futebol carioca até então. O evento teve diversas solenidades e atrações, sendo a principal um amistoso entre Vasco e Santos, uma potência do futebol paulista que foi escolhido após desistência do Wanderers (URU). A fita inaugural foi cortada pelo major português Sarmento de Beires, pioneira da aviação em seu país, ao lado do presidente cruz-maltino, Raul da Silva Campos, e do Presidente da CBD, Oscar Rodrigues da Costa.

- Não seria o Santos, mas o Wanderers, de Montevidéu. Mas o convite foi negado pela liga uruguaia, também estavam com cisão lá no futebol deles, tanto que eles só puderam vir aqui no ano seguinte, na inauguração dos refletores. Aí, a opção foi pelo Santos. Era uma grande equipe do futebol brasileiro. O presidente da república da época, Whashington Luiz, estava presente. Vários ministros, muitas autoridades presentes. Foi um grande feito do esporte carioca, até então de todos os tempos. Foi um grande evento social na época. Foram mais de 40 mil expectadores - conta Walmer Peres, historiador do Centro de Memória do Vasco.

Antes da partida principal, o time de basquete vascaíno enfrentou a Associação Cristã e acabou derrotado. Além disso, ainda aconteceu um jogo de tênis com duplas mistas. Enfim, depois a bola rolou no gramado da Colina Histórica pela primeira vez. E o confronto fez jus ao marco histórico: um belo espetáculo, com muitos gols, que terminou 5 a 3 para equipe paulista. Um mero detalhe diante do surgimento de um monumento cruz-maltino.

O primeiro gol de São Januário saiu dos pés de Evangelista, do Santos, que marcou aos 19 minutos do primeiro tempo. Já o primeiro gol vascaíno no estádio foi de Negrito, aos 44 da etapa inicial, empatando a partida para a festa da torcida na Colina Histórica.

Inauguração dos refletores e gol olímpico

No ano seguinte, o Vasco foi pioneiro mais uma vez e inaugurou os refletores em São Januário, passando assim a poder mandar partidas à noite. Foi o primeiro estádio do Rio de Janeiro a ter iluminação para seus jogos. O jogo foi contra o Wanderers (URU), que enfim conseguiu aceitar o convite cruz-maltino para um amistoso. O time da casa venceu por 1 a 0.

O gol da vitória foi marcado por Santana em um chute direto de escanteio, o chamado gol olímpico. Esse lance é um dos 'causos' da Colina Histórica. Alguns dizem que foi por causa dele que esse tipo de gol passou a se chamar assim. Porém, o termo surgiu entre um amistoso entre Argentina e Uruguaia, em 1924. Após vencerem por 2 a 1 com um gol assim, os argentinos o chamaram de olímpico para ironizar os rivais, que tinham conquistado o ouro na Olimpíada de Paris, no mesmo ano.

Mesmo não sendo o 'pai' do termo gol olímpico, o feito de Santana foi grandioso em terras brasileiras. Segundo Walmer Peres, foi a primeira vez que um gol dessa forma tinha sido registrado no país.

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