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Tropeça, mas não cai? São Paulo coleciona trapalhadas em 2016

Na luta contra o rebaixamento no Brasileiro, clube assiste a amontados de confusões neste ano. Teve gafe de dirigente, provocação à torcida, reforço e dirigente que 'não foram'

29 set 2016 - 07h01
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Em campo, o São Paulo luta para escapar da zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Com 34 pontos, está quatro à frente do Figueirense, que puxa a fila da degola. Fora, o clube acumula trapalhadas que refletem o momento delicado vivido em 2016. A última confusão aconteceu na nesta terça-feira. Depois de confirmar a saída do vice-presidente geral Roberto Natal, que entregou o cargo, o clube voltou atrás e disse que houve um erro de comunicação. Internamente, a situação não pegou nada bem, como outras de teor parecido este ano. Relembre:

Esqueceu, Ataíde?

Em março deste ano, o então diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira chegou a dizer que poderia ir à Justiça contra o Internacional, que tinha interesse no meia Michel Bastos. Sem ser procurado por dirigentes gaúchos para falar do tema, Gustavo reclamava de um possível assédio do Inter, algo proibido pela Fifa. Mas tudo não passou de um mal-entendido. No dia 17 de março, no Aeroporto de Guarulhos, onde a delegação tricolor desembarcou após empatar com o Trujillanos (VEN, na Venezuela, pela Libertadores, a situação foi esclarecida. O ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro confirmou que foi procurado pelo Inter, mas se esqueceu de avisar seus colegas de diretoria porque avaliou que o negócio não era interessante para o São Paulo. Ataíde disse:

- Me ligaram tentando fazer um troca pelo Michel Bastos, era o Alex sim, mas eu nem levei em consideração, avisei que não tinha interesse nenhum em fazer uma troca pelo Michel e encerrei a questão. Tanto não levei em consideração que nem sequer comentei com o Gustavo (Oliveira), não falei para ninguém. Avisei que não queria o jogador, que o Michel Bastos não seria negociado. Até esqueci de falar para quem não sabia.

Na época, Ataíde já era alvo da oposição e vivia sob forte pressão política. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva era pressionado a destituí-lo do cargo. E isso aconteceu no dia seguinte à declaração. Ataíde, porém, continuou na diretoria, no cargo de diretor de relações institucionais, o qual exercer até hoje.

O torcedor de sofá

A gafe aconteceu novamente depois de uma partida contra o Trujillanos, agora no jogo de volta da fase de grupos da Libertadores. Após o time massacrar os venezuelanos por 6 a 0, no Morumbi, no dia 5 de abril, o departamento de comunicação decidiu provocar o torcedor. Uma imagem postada na página do clube no Facebook trazia o argentino Jonathan Calleri comemorando com seu gesto habitual de colocar as mãos na testa como se procurasse algo. A legenda da imagem era: ""Cadê você aí no sofá? A gente avisou que era noite de Libertadores no Morumbi. #IssoÉSãoPaulo". O público pagante daquela partida foi de 18.561, bem abaixo do que o Tricolor costuma ter na competição sul-americana.

A ação dividiu opiniões dos torcedores nas redes sociais mas gerou uma crise interna, entre os departamentos de comunicação e marketing. O diretor de marketing Vinicius Pinotti condenou a iniciativa. Em entrevista ao LANCE! publicada no dia 7 de abril, o dirigente disse que nem sequer foi consultado sobre o tema e pediu desculpas ao torcedor em nome do marketing do clube.

O caso Getterson

No dia 22 de junho, o São Paulo anunciou a contratação do desconhecido atacante Getterson, do modesto J. Malucelli-PR, da Série D do Brasileiro. O reforço surpreendente, no entanto, durou apenas algumas horas. Após o clube divulgar o acerto em seu site oficial, torcedores encontraram uma conta do atacante no Twitter em que ele referia ao Tricolor como "bambi", apelido em tom homofóbico utilizado pelos rivais. A repercussão da aquisição foi péssima e, após reuniões internas e pressão de conselheiros e dirigentes, a diretoria anunciou o cancelamento da vinda do jogador de 25 anos.

Segundo o São Paulo, houve uma triagem nas redes sociais do atleta, como é de praxe, mas ele não informou que possuia a conta no Twitter. A última postagem do jogador no perfil era de 2013. A mensagem que revoltou os são-paulinos datava de 2012, durante um jogo da Copa Sul-Americana, da qual o Tricolor foi campeão.

"Agora joguinho dos bambis kkkk boa sorte pra eles abraço galera", escreveu Getterson.

O anúncio da decisão do São Paulo foi publicada antes pelo assessor da presidência Rodrigo Gaspar, o mesmo que chamou Rodrigo Caio de "jogador de condôminio" no Twitter. Além disso, a decisão do São Paulo desagradou ao técnico Edgardo Bauza, que anseiava por reforços para o ataque em momento decisivo da Libertadores. O clube tinha emprestado o atacante Rogério ao Sport, perdido o meia Lucas Fernandes por lesão e, no dia seguinte ao caso Getterson, perdeu Kelvin, também machucado.

A volta do que não foi

Na última terça-feira, outra confusão interna. À noite, pessoas do São Paulo chegaram a confirmar a saída do vice-presidente geral Roberto Natel, que entrou o cargo em reunião com o presidente Leco. No entanto, horas depois, o clube voltou atrás e informou aos veículos que noticiaram o episódio que houve um problema de comunicação. O departamento não entrou em detalhes sobre o que teria motivado a confusão. O pedido de Natel, no entanto, escancarou suas divergências com Leco, que tem recebido críticas de aliados por não contornar situações políticas.

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