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Boxe abre oportunidade para detentas no México que querem dar volta por cima

14 out 2016 - 06h02
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As detentas da prisão de Coatlán del Rio têm a oportunidade de abrir uma nova janela para seu futuro ao fazerem parte do programa de boxe que a Comissão Nacional de Segurança aplicará em 19 prisões do México.

Vigiadas pelos carcereiros vestidos de azul marinho, 50 prisioneiras com seus conhecidos uniformes de cor bege, ouviram as virtudes do esporte e do boxe da boca do próprio Comissário Nacional de Segurança, Renato Sales Heredia.

"É muito importante que participem de ações esportivas como o boxe, que ajuda muito a todos". "Educação, cultura e esporte, e ainda por cima o boxe, que é tão querido pelos mexicanos", afirmou Sales.

O Comissário Nacional de Segurança detalhou que as detentas, e em geral os réus que participarem deste projeto, não necessariamente têm que subir em um ringue para trocar socos e golpes.

"Não necessariamente têm que competir, podem treinar, podem praticar a disciplina, acredito que isso ajuda muitíssimo", disse Sales na apresentação do programa no Centro Federal de Readaptação Social feminino No.16 de Coatlán del Rio, estado central de Morelos.

O programa será realizado com o apoio do Conselho Mundial de Boxe (CMB), que é presidido pelo mexicano Mauricio Sulaimán, através de sua estrutura esportiva formada por juízes, treinadores, médicos e ex-boxeadores, que auxiliarão as prisioneiras.

O ex-campeão da categoria peso galo do CMB, Carlos "Cañas" Zárate, é o padrinho do programa. O ex-atleta disse às detentas que o pugilismo lhes oferece uma chance para que possam voltar a viver em liberdade e com suas famílias.

O torneio vai acontecer em 18 prisões do país, e também na penitenciária das Ilhas Marias, no Pacífico, confirmou Sulaimán, ao assinalar que o boxe pode se transformar em uma janela de oportunidades para os detentos.

"É uma janela em sua cela, é fazer esporte e isso permite que você melhore, que sua família se aproxime, não tem nada de negativo", garantiu o titular do CMB, entidade fundada em 1964.

Diante de um público formado por presas, guardas, policiais federais e convidados, Sulaimán disse a todos que o boxe sempre oferece uma oportunidade para se levantar da lona, de dar a volta por cima, o que pode ser comparado com a desgraça de ser condenado à prisão.

O lançamento do programa de boxe alterou a tranquilidade da penitenciária de Coatlán del Rio, uma fortaleza do tamanho de 100 hectares, que abriga a 1.258 prisioneiras.

Construída e administrada pelo grupo Carso Morelos, sem ser uma prisão de segurança máxima, a de Coatlán conta com os sistemas mais modernos em matéria de segurança tanto para os internos como para seus visitantes.

Os pugilistas e seus acompanhantes entraram na prisão sem telefones celulares e praticamente sem bolsas, nem dinheiro, e as câmeras fotográficas foram revisadas no final da visita para assegurar que não foram feitas imagens das prisioneiras.

"É por um assunto de direitos humanos", disseram os guardas sobre a proibição de fotografar as detentas com seu uniforme de calças e blusa na cor bege, todas com seus cabelos presos.

No final, as presas puderam desfrutar de uma exibição de boxe com dois lutadores que são integrantes da Polícia Federal do México, ouviram os primeiros conselhos para seu treinamento, e participaram de um coquetel regado a canapés.

EFE   
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