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Boxe

Brasileira perde em luta por medalha, mas destaca participação nos Jogos

17 ago 2016 - 16h41
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Derrotada nesta quarta-feira pela chinesa Li Qian, Andreia Bandeira parou no meio do caminho de se tornar a segunda brasileira a conseguir uma medalha olímpica no boxe, já que precisava vencer este combate pelas quartas de final do peso médio (até 75kg) para garantir pelo menos um bronze, mas não lamentou as pedras que encontrou até chegar ao Rio de Janeiro, preferindo enaltecer o fato de ter conquistado a chance de disputar os Jogos e de ter tido uma performance melhor hoje do que em sua estreia.

"Estou muito feliz, é maravilhoso estar aqui. A torcida foi muito bacana, nunca senti uma torcida assim em lugar nenhum do mundo. Já lutei em vários torneios mundiais, isso foi impressionante", contou Andreia, que teve apoio incessante das arquibancadas do Pavilhão 6 do Riocentro, mas perdeu por decisão unânime para a chinesa.

"Achei que lutei bem, melhor do que na primeira (quando venceu a panamenha Atheyna Bylon por decisão dividida no último domingo), bem mais tranquila, bem mais consciente. Eu pequei no terceiro round, invertendo a base. Foi uma estratégia. A gente sabe que em cima do ringue tem que pensar rápido, em pouco tempo. Mas estou contente pelo resultado. Não belisquei a medalha, mas consegui um bom resultado, consegui chegar nas Olimpíadas no Brasil, apesar de toda a minha jornada desde 2003 até agora, com várias lesões, vários altos e baixos na minha carreira. Cheguei aqui e estou muito feliz. Só de estar aqui é uma medalha de ouro", ressaltou a pugilista, que deu seus primeiros golpes há 13 anos, quando tinha 15, convidada por um amigo a treinar no Centro Olímpico de São Paulo.

Andreia também disse estar esperançosa quanto ao futuro do boxe feminino no Brasil e que acredita não só em um maior apoio financeiro à confederação brasileira da modalidade, como em resultados decorrentes desta ajuda.

"Sei que virá muito mais investimento do que a gente teve agora. A gente teve pouco investimento e conseguiu um bom resultado no feminino, então em 2020 as meninas vão arrebentar com a ajuda da Petrobras, com a ajuda que derem para a Confederação", disse.

"Eu e a Adriana, que somos das mais antigas, estamos representando aqui no Rio. Isso mostra que a velharia tem bom resultado, e torço para que as meninas que estão vindo agora para 2020 façam bem melhor", acrescentou Andreia, citando Adriana Araújo, que nos Jogos de Londres, há quatro anos, ganhou a primeira medalha olímpica do boxe feminino brasileiro e também esteve no Rio 2016, mas caiu na estreia no peso ligeiro (até 60kg).

Campeã brasileira de boxe oito vezes e medalhista de ouro nos Jogos Sul-Americanos de Medellín, na Colômbia, em 2010, Andreia afirmou ainda que o ouro conquistado ontem por Robson Conceição, o primeiro de um brasileiro no boxe em Jogos Olímpicos, sirva para atrair investimentos para a modalidade como um todo.

"O esporte no Brasil não é muito valorizado, e o boxe é um esporte que é pouco também. A gente sabe que a medalha dele (Robson) vai ajudar bastante", declarou.

Questionada sobre a possibilidade de disputar os próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio, Andreia, de 29 anos, disse que só pretende avaliar o futuro de sua carreira nos próximos dias.

"Não estou pensando lá na frente. Neste ciclo, até aqui, só pensei em Olimpíadas e consegui me classificar. Minha cabeça até o momento está focada aqui, e a partir de amanhã é que vou pensar no futuro, se passo para profissional ou faço outro ciclo olímpico", explicou.

EFE   
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