Como o MMA evoluiu da 'brutalidade' se tornou um negocio mais valioso que o Real Madrid
O produto que vendem é o mais extremo que existe no que diz respeito ao mundo dos ringues: dois lutadores se golpeiam em uma batalha com poucas restrições, até que um seja imobilizado ou nocauteado.
Mas o Ultimate Fighting Championship (UFC), o campeonato das chamadas artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês) se transformou em um dos espetáculos mais atraentes do século 21. E uma medida da popularidade dessa modalidade é que a principal promotora de lutas, a empresa UFC, foi vendida na última segunda-feira por cerca de US$ 4 bilhões. Para se ter uma ideia, essa é praticamente a mesma quantia que a Disney pagou em 2012 para assumir o controle do universo de Star Wars.
O preço é ainda mais impressionante no mundo esportivo. Segundo a revista Forbes, ele é maior que o valor estimado das duas maiores marcas esportivas do planeta: o Real Madrid (futebol) e New York Yankees (beisebol).
Era digital
Fundada em 1993, a UFC se transformou em um império quando foi adquirida pelos irmãos Lorenzo e Frank Fertitta em 2001.
Os empresários americanos pagaram, na época, US$2 milhões por uma empresa que então se encontrava estagnada e que tinha gasto milhões de dólares para conseguir realizar seus eventos, enfrentando ainda muita resistência de arenas e afins. Porém, a demanda pelo MMA estava crescendo.
E os Fertitta tiveram paciência, investindo milhões de dólares em publicidade e aproveitando as redes sociais como plataforma de comercialização e promoção. Conseguiram acordos de transmissão pela TV e expandiram seu negócio com o licenciamento de produtos como roupas e até mesmo videogames.
No ano passado, a UFC lucrou US$ 600 milhões. A empresa se gaba de ser a organização esportiva de crescimento mais rápido do mundo. "Nenhum outro esporte se compara conosco", diz Dana White, presidente da empresa. A UFC organiza pelo menos 40 eventos por ano, frequentemente com lotação esgotada.
As lutas são transmitidas para 156 países, em 29 línguas, atingindo um bilhão de domicílios.
Os números também são expressivos nas redes sociais: três milhões de seguidores no YouTube, quatro milhões no Twitter (um crescimento de 80% desde 2014) e cinco milhões no Instragram.
Segundo a Forbes, a média de idade dos fãs do UFC é de 37,8 anos, o que pode ser até 12 anos mais jovens que o de adeptos de outros esportes profissionais nos EUA. "Queremos fazer deste esporte o maior do mundo", afirma White.