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MMA

Nova Ronda? Ouro no Pan, judoca americana pode parar no UFC

Campeã Kayla Harrison diz que "gosta de dinheiro" e analisaria convite; treinador revela que UFC já conversou sobre a possibilidade

17 jul 2015 - 08h35
(atualizado às 13h08)
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Campeã invicta do UFC, tendo um impressionante cartel profissional de 11 vitórias e nenhuma derrota, Ronda Rousey pode ter, em breve, uma velha conhecida como grande rival na organização. Isso porque Kayla Harrison, sua companheira de treino nos tempos de judô, pode repetir seus passos e aceitar um convite para se tornar uma lutadora de artes marciais mistas (MMA) após a disputa dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

“Mas quem é Kayla Harrison?”, você deve estar perguntando. Nós explicamos. Assim como Ronda, Kayla tem como base o judô e é um dos grandes nomes do esporte no mundo.

Se tratando apenas do judô, Kayla chegou muito mais longe do que Ronda. A campeã do UFC cravou seu nome na história dos Jogos Olímpicos ao se tornar a primeira mulher americana a conseguir uma medalha na modalidade – um bronze em Pequim, 2008. Kayla foi muito além. Com apenas 25 anos, a judoca já é campeã olímpica e mundial, feitos conquistados em Londres (2012) e Tóquio (2010).

Mayra Aguiar e Kayla Harrison compõem rivalidade forte no judô
Mayra Aguiar e Kayla Harrison compõem rivalidade forte no judô
Foto: Eduardo Palácio / Terra

Na última terça-feira, ao garantir mais uma medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos contra a brasileira Mayra Aguiar, Kayla conversou com exclusividade ao Terra e deu a entender que essa é sim uma possibilidade real para seu futuro.

“Dana (White) é um ótimo homem de negócios. Se ele for esperto, vai me convidar. Se não, tudo bem, acho que o UFC vai saber sobreviver sem mim”, contou. Quando questionada se gostava da ideia de virar uma lutadora de MMA, Kayla tentou despistar, mas acabou entregando suas prioridades.

“Talvez, não sei... Eu nunca sonhei em ser campeã do UFC. Sempre quis ser campeã olímpica e mundial de judô, mas eu gosto de dinheiro. Então vamos ver...”, deixando claro que a parte financeira será fundamental para sua decisão.

O grande problema são as categorias disponíveis para Kayla no UFC. Hoje, a organização possui apenas dois pesos para as mulheres: palha (até 52 kg) e galo (até 62 kg). A judoca americana, no entanto, luta nos meio-pesado da Federação Internacional de Judô (IFJ), ou seja, até 78 kg.

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Seu técnico, Jimmy Pedro, confirmou o interesse do UFC de contar com Kayla, mas acha praticamente impossível ela entrar na categoria da Ronda, o que, segundo ele, seria um desejo da organização.

 “O UFC quer ela, mas apenas se puder bater 62 kg para lutar contra Ronda. Isso é impossível. Kayla é uma atleta grande e forte de 77 kg, ela não poder perder 15 kg. Isso não está na nossa realidade”, revelou ao Terra.

Apesar ver mais dificuldades do que soluções para o caso, Jimmy mantém um ar de preocupação e torce para que a IJF consiga convencê-la a evitar uma mudança de esporte.

“Ela teve uma reunião importante há duas semanas com o presidente da IJF. Ele queria saber qual era o comprometimento de Kayla como embaixadora do esporte, se permaneceria no judô e se ajudaria a trazer dinheiro e promoção para a modalidade. Acho que a IJF precisa fazer alguma coisa, porque eles têm que colocar na cabeça que ela é uma superstar, uma medalhista de ouro olímpica, pode ganhar outra medalha em 2016”, disse.

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Adotando um tom mais agressivo, Jimmy apelou até mesmo para o Comitê Olímpico Americano. “Para o Comitê ela é uma das atletas de mais alto nível do sexo feminino que o país tem. Se não tiver um futuro para ela no judô, é uma vergonha para o esporte. Todos têm que pensar que ela é um grande modelo para atletas mulheres, já que é bem articulada e se comporta muito bem diante das pessoas. Uma grande embaixadora para o esporte”, completou.

Jimmy ainda revelou que Kayla teria a intenção de se aposentar em 2016, quando teria apenas 26 anos. “Segundo ela, os Jogos Olímpicos de 2016 serão os últimos e depois ela vai se aposentar. Eu disse a mesma coisa em 2000 e não cumpri. É muito difícil parar, não há melhor sentimento no mundo do que ser medalhista olímpico e campeão mundial”, finalizou.

Agora resta esperar por essa aposentadoria para saber se será apenas do judô ou do esporte profissional em geral. De qualquer forma, uma coisa parece certa: o octógono está a sua espera. 

Ranking Geral - País Ouro Prata Bronze TOTAL
Canadá 38 36 23 97
Estados Unidos 34 28 34 96
Brasil 18 15 28 61
Cuba 18 14 19 51
Colômbia 17 7 16 40
Veja o quadro completo aqui
Fonte: Terra
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