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Obama homenageia atletas negros que protestaram nos Jogos de 1968

30 set 2016 - 08h20
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O presidente norte-americano Barack Obama recebeu na Casa Branca, na última quinta-feira, os dois medalhistas olímpicos que protestaram contra a segregação racial nos Estados Unidos durante os Jogos de 1968, no México. Tommie Smith, que ganhou a medalha de ouro nos 200m, e John Carlos, medalhista de bronze na mesma prova, foram homenageados e citados por Obama como exemplos na luta contra o racismo.

Vestindo luvas pretas, os atletas levantaram os punhos no pódio olímpico, durante a execução do hino nacional dos EUA, para se manifestarem contra a perseguição aos negros no país. A simbologia do ato remetia aos Panteras Negras, um grupo de resistência do movimento negro norte-americano e que lutava pelos direitos civis.

Por conta do protesto, os atletas foram expulsos da equipe olímpica dos EUA e tiveram de voltar para casa. "O protesto silencioso e poderoso que fizeram nos Jogos de 1968 foi controverso, mas acordou as pessoas e criou uma grande oportunidade para quem veio depois", afirmou Obama.

Smith, de 72 anos, e Carlos, de 71, se levantaram em meio à audiência no momento em que foram citados pelo presidente. Além deles, o presidente homenageou Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936, na Alemanha. Na época, o país europeu estava sob o regime nazista do ditador Adolf Hitler.

Tensão racial - A ida de Smith e Carlos à Casa Branca ocorre num momento de tensão social nos EUA. A comunidade negra do país tem protestado com frequência contra as mortes de homens negros pela polícia norte-americana em condições suspeitas.

Para se manifestar contra a maneira como os casos têm sido tratados nos EUA, o quaterback do time de futebol-americano San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, tem se negado a ficar de pé durante a execução do hino do país antes das partidas. O atleta citou Smith e Carlos como inspirações para o ato, que tem angariado o apoio de outros jogadores negros da modalidade.

O protesto, no entanto, causou reações diversas na sociedade norte-americana. Grupos defensores de policiais e parte da mídia local acusam Kaepernick de não ser patriota. Para respaldar o atleta, grupos de apoio surgiram para cobrar ações semelhantes dos jogadores de basquete quando a temporada da NBA tiver início.

Medalhistas - A homenagem a Smith e Carlos ocorreu em meio à recepção de Obama aos medalhistas olímpicos do Rio 2016. Ao elogiar o desempenho dos atletas, o presidente citou a importância das atletas mulheres na campanha que o país desempenhou no Brasil. Os EUA ficaram na primeira posição, com 46 ouros, 37 pratas e 36 bronzes.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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