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Oswaldo contesta reunião de Mattos e diz: "Jovens não me pressionam"

27 mai 2015 - 08h32
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Oswaldo de Oliveira até falou por alguns minutos, mas não gostou da reunião do diretor de futebol Alexandre Mattos com o elenco no gramado da Academia de Futebol, diante da imprensa, antes do treino de segunda-feira, no dia seguinte à derrota para o Goiás em Palestra Itália lotado. O técnico entende que houve um desacerto na comunicação com os jogadores para que eles acabassem expostos e avisa que se recusa a trabalhar sob pressão.

Contestado após somar dois pontos em três rodadas no Campeonato Brasileiro, Oswaldo não quer ninguém indicando maior esforço seu como consequência dos resultados. Não será uma bronca do presidente Paulo Nobre, de 47anos, de Mattos, de 39, ou do gerente de futebol, Cícero Souza, de 41, que afetarão o treinador.

"Não falem que o Oswaldo vive de empurrão, não é nada disso. Tenho 64 anos de idade, 40 de carreira, sendo 22 fora do Brasil, com a experiência de encarar treinadores alemães, ingleses, coreanos, japoneses, árabes, e não tenho nenhuma necessidade de viver da pressão de pessoas com menos experiência no futebol do que eu", declarou Oswaldo.

"Trabalho no futebol porque adoro, sou apaixonado. Senão, eu ficaria na praia no Rio de Janeiro tomando água de coco só até o meio-dia, para não ser considerado alcóolatra, porque gosto mesmo é de tomar chopp", prosseguiu o treinador, que não perde o tom sereno nem ao falar que aceita os comentários sobre possíveis substitutos a ele no Palmeiras.Mas Oswaldo pensa no elenco. No dia seguinte à reunião, o técnico fez questão de dar entrevista coletiva, servindo como escudo aos comandados. "Em vez de eles virem se desculpar, prefiro que eu venha. A responsabilidade é minha", falou, admitindo um possível prejuízo da reunião no ambiente. "Vai muito de cada um, mas os mais experientes não gostam muito e os mais novos acatam melhor", afirmou, sem esconder sua discordância, nem revelar o que foi dito no papo que teve Mattos falando na maior parte do tempo.

"Aquilo deveria ser feito internamente. Quando as famílias se reúnem para resolver um problema, ninguém sai na rua dizendo o que aconteceu. Embora o Palmeiras seja de domínio público, é melhor controlar para manter o nosso ânimo aqui. Não faço isso no meio do campo, converso de portas fechadas, como faço com meus filhos. Até porque não sou muito de dar bronca, sou muito light, prefiro ficar de forma mais comedido", analisou.

Pensando no ambiente, contudo, Oswaldo relata que a cobrança do diretor aos jogadores só ocorreu diante dos repórteres porque se decidiu fazer a reunião quando os atletas já estavam no gramado. O técnico ainda assegura que o relacionamento com os dirigentes têm sido plenamente saudável.

"Sempre admito que as questões técnicas sejam faladas comigo. O presidente Paulo Nobre e o Alexandre Mattos cumpriram o papel deles e, agora, tento fazer o melhor para cumprir o meu. Eles , assim como o Cícero, têm sido importantes no apoio ao trabalho, me cercam de toda atenção e do que peço. Debatemos, trocamos opiniões e nem sempre concordamos, mas o núcleo ativo do trabalho tem funcionado e se articulado muito bem entre diretoria, administração e comissão técnica", garantiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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