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Uruguaio incentiva Moisés a copiar laterais e torce por título brasileiro

30 set 2016 - 09h05
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As cobranças de arremessos laterais para a grande área, exploradas pelo técnico Cuca, eram empregadas no Palmeiras há mais de 30 anos. O uruguaio Diogo, com passagem pelo clube durante a década de 1980, foi um especialista na jogada hoje protagonizada por Moisés e torce pelo time alviverde no Campeonato Brasileiro.

Um dos principais ídolos da história do Peñarol, o lateral direito Victor Hugo Diogo Silva conquistou as edições de 1982 da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes. No ano seguinte, com a seleção uruguaia, venceu a Copa América e marcou um golaço na decisão diante do Brasil. Em 1984, foi contratado pelo Palmeiras.

Raçudo, firme na marcação e eficiente no apoio, Diogo era querido pela torcida alviverde, apesar de alguns atos de indisciplina. O uruguaio, capaz de jogar tanto na direita quanto na esquerda, cobrava os arremessos laterais no campo de ataque com força no rumo da grande área adversária.

"Músculos fortes, com excelente aproveitamento nos treinamentos físicos e muito experiente, Diogo se tornou uma eficiente opção de ataque para o time, além de suas cobranças de laterais na verdade serem verdadeiros chutes", descreveu o jornal A Gazeta Esportiva.

Campeão paulista em 1976 e vice brasileiro em 1978, o Palmeiras procurava encerrar a fila de títulos. Quando a bola saía pela linha lateral perto da grande área adversária, a torcida já sabia que os potentes arremessos do uruguaio poderiam criar boas oportunidades de gol.

"Sempre cobrei os laterais assim. Na seleção uruguaia, no Peñarol e no Palmeiras conseguimos alguns gols decisivos em arremessos. A gente treinava. Os cabeceadores sabiam que eu batia forte e entravam em velocidade no espaço vazio", recordou Diogo em entrevista à Gazeta Esportiva.

Com o time na fila, a diretoria não poupava esforços na tentativa de findar o jejum. Segundo o pesquisador José Ezequiel Filho, coautor do livro "Parque dos Sonhos" (Editora In House), o clube chegou a estreitar o gramado do Palestra Itália pensando nos laterais do uruguaio.

"O campo do Parque Antárctica era muito grande. Motivado pelos arremessos do Diogo, respeitando as dimensões oficiais da época, o Palmeiras reduziu meio metro de cada lado do gramado", lembrou Ezequiel. "O lateral dele era mais potente que o do Moisés. O Diogo colocava a bola na marca do pênalti e ela vinha rasante", completou.

De 1986 a 1990, o Palmeiras passou 68 partidas consecutivas sem derrota no Estádio Palestra Itália. Em 1986, Diogo disputou a Copa do Mundo do México como titular da seleção uruguaia e integrou o time alviverde que acabou derrotado pela Inter de Limeira na final do Campeonato Paulista.

"A fila era uma responsabilidade e um peso muito grande. Em campo, você sentia em parte essa pressão, mas tratava de sempre dar o melhor para ser campeão. Foi uma frustração enorme perder aquela final, porque sabíamos que a torcida estava esperando e queríamos muito ganhar", lembrou o ex-lateral.

Com 146 jogos de 1984 a 1989, alguns ao lado de ídolos como Emerson Leão e Luís Pereira, Victor Hugo Diogo Silva é o uruguaio que mais vestiu a camisa da Sociedade Esportiva Palmeiras. A marca poderia ser maior, mas o atleta perdeu muitas partidas em função de seguidos atos de indisciplina e chegou a ser afastado mais de uma vez.

Pai de Carlos Diogo, jogador com passagem pelo Real Madrid, o ex-lateral hoje vive em Ciudad de la Costa, na área metropolitana de Montevidéu. Pela televisão, ele acompanha as partidas do Palmeiras e incentiva o volante Moisés a explorar a capacidade de cobrar os laterais na grande área.

"Tem que aproveitar. Se há um atleta que cobra forte e o time treina, é uma arma que pode resultar em gols. Sou torcedor do Peñarol, mas o Palmeiras também está no meu coração. Estou vendo os jogos e espero que ganhe o Brasileiro", disse Diogo, interessado na concorrência. "Em que nível está o Flamengo? Vi que saiu da Sul-Americana", observou.

Em um nível semelhante, Palmeiras (54 pontos) e Flamengo (53) polarizam a briga pelo título do Campeonato Brasileiro a 11 rodadas do final. Às 16 horas (de Brasília) de sábado, no Morumbi, os rubro-negros enfrentam o São Paulo. Às 20 horas de segunda-feira, com Moisés, os alviverdes pegam o Santa Cruz, em Recife.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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