Peões treinam prova do laço comprido em vaca mecânica
O ano era 1995. O catarinense Mario Venturini estava em Rio dos Cedros (SC) para assistir provas da modalidade laço comprido. "Vi que os competidores praticavam o laço mirando em um cavalete e pensei: 'vaca não fica parada'", diz. Ao voltar para casa, decidiu criar algo que desse movimento e se aproximasse da realidade do esporte. Nascia ali a vaca mecânica, uma armação feita de fibra de vidro e carpete resinado.
No começo, tudo não passava de duas bicicletas amarradas. Depois, uma armação do animal foi colocada em cima de uma plataforma com rodas e presa por um cabo de aço (que vai e volta). Por fim, o motor trifásico e, pronto, a vaca já estava pronta para "correr" pela arena.
"O treino com o animal desgasta o gado. Além disso, você precisa de uma equipe de, no mínimo, seis pessoas para laçar o animal", conta. De acordo com Venturini, o mesmo exercício pode ser feito com a vaca mecânica em cinco minutos e com apenas uma pessoa (que aciona o produto para sair em disparada).
Para aproximar a máquina da realidade, o catarinense ainda desenvolveu um mecanismo que possibilita posicionar a cabeça da vaca em três posições: alta, média e baixa. Os chifres também são ajustáveis para facilitar ou dificultar o trabalho do competidor.
Mas Venturini não parou por aí. Pensou: e se a vaca fosse puxada por uma moto ou um carro? Assim surgiu a moto vaca, uma versão mais veloz, afinal, a velocidade da armação depende do condutor do veículo. O custo dos produtos o inventor não revelou, mas garante que sai bem mais barato que manter uma boiada para competição e, por que não dizer, nada prejudicial aos animais.
Na prova do laço comprido, o cavaleiro deve laçar o animal pelos chifres antes que ele ultrapasse os 100 metros de distância. O competidor sai com uma armada (distância) de oito metros.