Clássico mede ascensões de "maestros feridos" por rivais
Lucas Lima e Robinho têm muito mais em comum do que imaginam. Os maestros de Santos e Palmeiras, respectivamente, no clássico desta quarta-feira, às 22h (de Brasília), na Vila Belmiro, pela nona rodada do Campeonato Paulista, acumulam, além de posturas em campo e alguns números similares, o fato de terem sido frustrados pelos seus respectivos rivais.
Lucas fez um teste no Palmeiras antes da guinada na carreira, mas só teve espaço para a equipe B. Recebeu o conselho de seu descobridor, Lelo, então técnico da Internacional de Limeira, para recuar.
O tutor do camisa 20 santista considerava um atraso para a carreira do meio-campista a transferência sustentado, também, pela série de desilusões em outros clubes: Chapecoense-SC, Rio Preto-SP e América-SP. Quase um ano depois veio a recompensa, o acerto com o Internacional.
Robinho, por sua vez, jamais agradou no Santos. Chegou ao clube em 2009, como joia da campanha do acesso do Mogi Mirim à elite do futebol paulista, mas não engrenou. Perdeu até a identidade, virando Róbson para evitar comparações com o ídolo Robinho.
Sofreu com lesões de início e entrou, muitas vezes, com a missão de substituir o então ainda não formado Neymar, com apenas 17 anos na época, em meio a um intenso processo político do Santos. Foi emprestado ao Avaí em 2010, retornou em 2011 e, quando parecia que viria a guinada como substituto de Paulo Henrique Ganso, um pré-contrato com o Coritiba selou de vez a rejeição no clube e o fim de seu ciclo na Vila Belmiro.
Os maestros, agora valorizados por transferências para Santos e Palmeiras, tem credenciais animadoras para o clássico.
Ambos, por exemplo, são os principais criadores de jogadas de suas equipes. Enquanto Lucas criou 26 oportunidades concretas de gol, Robinho proporcionou 20. O primeiro tem quatro assistências, enquanto o segundo duas.
A dupla também tem índice alto de passes certos para a posição, apesar da "função de risco", de criar jogadas. O santista foi o segundo que mais acertou o fundamento no Santos, enquanto Robinho é o terceiro no quesito no rival.
A disparidade acontece na comparação ofensiva. Se Robinho é o artilheiro palmeirense na competição ao lado do argentino Cristaldo, com três gols, e é o segundo que mais acerta finalizações, Lucas Lima é justamente o oposto.
O meia santista não fez gols na temporada e é o principal "pé torto" da equipe no ano. Foi quem mais finalizou a gol, 16 vezes, mas com o pior índice de aproveitamento, somente um chute na direção certa, 6,2% de aproveitamento.
"Vejo que somos jogadores dinâmicos, que ajudamos na marcação e chegamos fácil ao ataque. Estou defendendo meu lado, vou procurar sair melhor que ele na partida", disse Lucas Lima, principal ladrão de bolas e driblador do Santos.
O clássico, mais uma vez, colocará a dupla em evidência. Sonhando com Seleção Brasileira, principalmente pelas vagas deixadas por Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, tentam, mais do que nunca, mostrar poder de decisão para seduzir Dunga e superarem de vez as frustrações nos inícios de carreiras.
Lucas Lima | Robinho | |
Jogos | 8 | 7 |
Assistências para gol | 4 | 2 |
Assistências para finalizações | 26 (3,2 por jogo) | 20 (2,9 por jogo) |
Cruzamentos | 31 (19,4% de acertos) | 28 (35,7% de acertos) |
Desarmes | 26 (3,2 por jogo) | 16 (2,3 por jogo) |
Dribles | 13 (1,6 por jogo) | 2 (0,3 por jogo) |
Faltas recebidas | 17 (2,1 por jogo) | 6 (0,9 por jogo) |
Finalizações | 16 (6,2% de acertos) | 13 (53,8% de acertos) |
Gols | - | 3 |
Lançamentos | 25 (48% de acertos) | 32 (65,6% de acertos) |
Passes | 386 (89,6% de acertos) | 308 (90,9% de acertos) |
Perdas de bola | 49 (6,1 por jogo) | 31 (4,4 por jogo) |
Posse de bola | 2min7s por jogo | 1min25s por jogo |
Viradas de jogo | 17 (88,2% de acertos) | 8 (100% de acertos) |