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Santos aumenta folha em 38% e previsão é de déficit de R$ 20 milhões
O Conselho Deliberativo do Santos Futebol Clube se reuniu na noite desta quinta-feira, na Vila Belmiro, para a apreciação do relatório referente ao balancete do primeiro trimestre de 2016. E o resultado apontado pelo Conselho Fiscal não foi nada animador. A folha de pagamentos do clube aumentou em 38.9% em relação ao trimestre de 2015. Passou de R$ 4.244 milhões para R$ 5.860 milhões. E, em um cálculo simples do CF diante de todas as contas apresentadas, foi anunciada uma previsão de déficit de R$ 19.752 milhões para dezembro, caso não apareça alguma receita extraordinária.
Após a leitura e explanação de todo o relatório, o presidente Modesto Roma Júnior e todo o Comitê Gestor foi convocado para prestar esclarecimentos ao Conselho Deliberativo. E, segundo o presidente, o aumento da despesa com pagamentos já era esperado.
"Realmente no passar do ano houve um aumento, sim, até porque nós precisamos manter os salários dos atletas compatíveis com seus contratos. Então, muitos desses salários estavam contratados, tinham seus reajustes estipulados, outros foram negociados. Se repararem, ano passado não fizemos nenhuma venda de ruptura de atleta", explicou o mandatário, para em seguida cobrar seu próprio departamento de marketing e cutucar o Conselho e suas previsões.
"Temos de reduzir, temos, mas, mais do que reduzir despesas, nós temos de aumentar receitas. E eu compartilho muitas vezes as críticas ao nosso marketing. Devemos ter mais patrocinadores, uma melhor performance na negociação, mas também digo, sempre que essas noticias saem, os patrocinadores se afastam. O patrocinador se preocupa em não botar sua imagem em questões que não são positivas. E nós temos tido uma insistência em uma visão negativa do Santos em muitos veículos", avaliou.
Um dos conselheiros também abordou a falta de comprometimento da atual gestão em não apresentar o planejamento estratégico dentro do prazo estatutário e pelo balancete apreciado nesta quinta ter usado como referência o orçamento aprovado em 2014 para o ano de 2015, de novo pela não apresentação do documento dentro do prazo estipulado (outubro de 2015). Modesto então se defendeu.
"Como nós tivemos problemas sistêmicos e não conseguimos entregar dentro do prazo, o orçamento que entregamos foi rejeitado, e dito aqui nesta casa que usássemos o orçamento aprovado em 2014. Nós, no momento apropriado, e está se aproximando, pediremos a revisão do orçamento. Porque o orçamento aprovado é o orçamento que foi aprovado na gestão anterior e repetido para este ano. Na época, ficamos contrariados, porque estamos defasados, mas isso ocorre em função da própria decisão desta casa, que respeitamos", retrucou o presidente, para em seguida responder sobre o planejamento estratégico.
"Recebi na terça o planejamento estratégico feito pela empresa contatada. Estou lendo e analisaremos na próxima reunião do Comitê Gestor para encaminharmos ao Conselho Deliberativo. Espero que na próxima reunião do Conselho já dê tempo de entregarmos aos senhores", disse.
O balancete também chama atenção para o aumento expressivo de gastos com autônomos. Eram 144 contratados no trimestre de 2015 e agora são 218. 114,29% a mais.
A extensa reunião, que durou aproximadamente quatro horas, também serviu para anunciar as renúncias de Florival Amado Barleta, que ocupava o cargo de segundo secretário da mesa diretiva do Conselho Deliberativo, e Andres Rueda Garcia, até então membro do Comitê Gestor. Daniel Pereira Alves tomou posse do cargo no CD, enquanto Marcio Campanelli Costas foi nomeado novo membro do CG.
Gazeta Esportiva
