/images.terra.com/2015/05/21/santos.png "Logo do Santos")
Santos e Corinthians desafiam crise em clássico sem estrelas
Santos e Corinthians desafiam as suas próprias sombras no clássico deste sábado, às 16h30 (de Brasília), na Vila Belmiro, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. O segundo encontro entre os rivais na temporada reserva crises até então desconhecidas durante o empate há 76 dias, pelo Paulista, em um jogo agora enfraquecido, principalmente, pelas ausências de suas respectivas principais estrelas, que disputam a Copa América.
Robinho e Lucas Lima desfalcam o Santos. O primeiro agora é a maior esperança para substitutir Neymar na Seleção, enquanto o segundo cumpre suspensão. O Corinthians não terá Guerrero, que acertou com o Flamengo e está com a seleção peruana, além de Elias, com o Brasil, e a mais recente baixa, o lateral esquerdo Fábio Santos.
O maior fator em comum, hoje, são as crises salariais que assolam os dois clubes. A do Santos retomada recentemente, após quitar em maio longos meses de atrasados, enquanto a do Corinthians chega a uma dívida milionária, de mais de cinco meses.
As equipes precisarão superar as suas semanas tumultuadas, recheadas por problemas internos e até em campo. O Santos é o 17º colocado, com sete pontos, enquanto o Corinthians é o 4º, com 10.
Santos: morte de ídolo, atraso salarial, briga nos bastidores e até punição a técnico
A semana de preparação do Santos para o confronto foi iniciada com notícia da morte do ex-volante Zito, um dos principais ídolos da história do clube, que faleceu no domingo, aos 82 anos, devido a uma insuficiência respiratória. A perda foi seguida da primeira grande bomba nos bastidores: o não pagamento dos salários registrados em carteira e dos direitos de imagem, que venceram em 5 e 10 deste mês, respectivamente.
Jogadores e o próprio técnico Marcelo Fernandes procuraram abafar o novo atraso, citando que o título paulista veio em condições ainda piores, mas a diretoria e o presidente Modesto Roma Júnior se calaram.
O clube enfrenta outro grande problema, uma guerra política que culminou com as dispensas de dois membros do Comitê Gestor: José Renato Quaresma e Lourenço Lopes, responsáveis pela negativa para a contratação de Oswaldo de Oliveira e apontados pelo mandatário como responsáveis por vazarem informações.
A atitude levou mais dois a saírem, Jorge Correa da Costa e Rodrigo Marino. O grupo é formado por sete nomes, além de presidente e vice, e tem a incumbência por aprovar ou reprovar decisões internas do clube.
Em campo, o técnico Marcelo Fernandes ganhou o retorno do zagueiro David Braz, recuperado de um problema no púbis, mas não terá Elano, Renato e Cicinho, machucados. A principal dúvida é com relação a superofensividade prometida com a improvisação de Rafael Longuine como segundo volante.
Longuine treinou a semana, mas pode não ser o escolhido, segundo o treinador. Para a vaga de Lucas Lima, Marquinhos Gabriel ganhará a oportunidade. O restante do time é o mesmo que empatou por 2 a 2 contra o Atlético-MG, há quase dez dias.
“Fomos para Belo Horizonte com nove jogadores da base, isso é trabalho de grupo, não é para qualquer clube. O psicológico é o melhor possível, estamos com gana, com raiva dessa situação. Os jogadores estão incomodados, trabalham certo e forte”, afirmou.
Com isso, o provável Santos terá: Vladimir; Daniel Guedes, Werley, Gustavo Henrique (David Braz) e Victor Ferraz; Lucas Otávio, Rafael Longuine (Leandrinho ou Thiago Maia) e Marquinhos Gabriel; Geuvânio, Gabriel e Ricardo Oliveira.
Corinthians: saídas inesperadas de jogadores, crise salarial e a luta contra Pato
A semana do técnico Tite começou com o anúncio da perda de mais dois jogadores: o lateral esquerdo Fabio Santos e o volante Petros. Se já havia perdido Emerson Sheik, Paolo Guerrero e Cassini, o treinador não esperava pelas novas baixas. Fábio Santos, que vai para o Cruz Azul, do México, sequer jogará o clássico, enquanto Petros, a caminho do Bétis, da Espanha, fará a provável despedida.
"É um momento difícil que o clube enfrenta e tenho que tentar me adaptar à realidade. A saída de atletas retira poderio técnico da equipe, é inevitável. Assim como o aspecto financeiro do clube, em que não tenho ingerência. Isso não nos exime da nossa responsabilidade e ambição", disse o treinador.
A perda de Fábio Santos foi a mais sentida e levou o treinador testar o improviso do lateral direito Edilson pelo setor, mas Uendel deve jogar no time que só terá Ralf de marcador de ofício. A outra novidade é a provável reaparição de Vagner Love como titular.
Se Tite não está tão pressionado pelo fato do time integrar o G-4 da competição, o clube nos bastidores ainda busca soluções para sanar cinco meses de direitos de imagem ao elenco, principalmente pelo fato do clube ter usado R$ 4 milhões para pagar a empresa que detém a imagem de Alexandre Pato.
A ação, por sua vez, não evitou que o são-paulino entrasse na Justiça para receber os demais atrasados. Pato teve liminar negada para deixar o clube, mas o caso segue.
Com isso, o provável Corinthians terá: Cássio, Fagner, Edu Dracena, Gil e Uendel; Ralf e Petros; Jadson, Renato Augusto e Mendoza; Vagner Love.
