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De soberano a sofredor, São Paulo não para de colecionar vexames históricos

24 set 2016 - 11h02
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Os dirigentes do São Paulo tentam o tempo todo manter a crista de "soberano", rótulo criado pelo próprio clube, se negam a falar em crise e forçam uma pose de que tudo está sob controle. Mas, a verdade é que o Tricolor do Morumbi não vive bons momentos há longos anos e, não bastasse o jejum de títulos, tem colecionado vexames históricos dentro de campo. A eliminação da Copa do Brasil na quinta-feira foi apenas mais um caso para a lista de frustrações. A equipe são-paulina nunca havia caído diante de um adversário que disputa apenas a Série C do nacional.

E se o torcedor anda impaciente não é para menos. Antes da desclassificação ainda nas oitavas de final do torneio nunca vencido pelo São Paulo, o time deu motivos para seus seguidores se indignarem já no primeiro semestre. No Campeonato Paulista, depois de uma primeira fase sofrível, a equipe foi despachada pelo Osasco Audax, clube do quadro da Série D, por um sonoro 4 a 1.

Na Copa Libertadores, aos trancos e barrancos o São Paulo chegou à semifinal. Antes, perdeu para o The Strongest no Pacaembu por 1 a 0. A equipe boliviana não vencia uma partida fora de casa na competição continental a nada menos do que 34 anos. E o 'privilégio' acabou sendo dos tricolores.

A temporada anda mesmo difícil para o São Paulo, que agora só tem o Campeonato Brasileiro para jogar e com a única missão de garantir a permanência na Série A, pois a zona de rebaixamento está a apenas seis pontos de distância, enquanto o líder Palmeiras já soma 17 pontos a mais com 12 rodadas para o fim.

Isso significa mais um ano sem gritar "é campeão". É o quarto seguido já. Não fosse o título da Copa Sul-americana em 2012, que nunca gozou de muito prestígio em território nacional, a fila partiria desde 2009. Talvez nem o mais pessimista são-paulino imaginasse um cenário desse logo após o Tri-Brasileiro de 2006, 2007 e 2008.

Em 2015, a maior crise aconteceu fora de campo, com escândalos na diretoria e renúncia do então presidente Carlos Miguel Aidar. O time, mesmo com o clima conturbado, conseguiu se manter no G4, mas a goleada para o arquirrival Corinthians por 6 a 1, em Itaquera, no clássico que marcou a entrega da taça para os alvinegros, doeu.

Mais cedo, a equipe teve de amargar duas eliminações seguidas para o Santos, ambas nas semifinais. Uma no Campeonato Paulista e outra na Copa do Brasil. O time da Baixada, aliás, se tornou um grande carrasco nos últimos anos. Diante o Peixe, o São Paulo caiu em três semifinais de Estadual seguidas (2010, 2011 e 2012) e virou motivo de chacota entre os santistas.

Os clubes pequenos também não deixaram passar em branco a maré ruim e tiraram suas casquinhas dos são-paulinos. Tão impactante quando a classificação do Juventude nesta quinta, a Ponte Preta conseguiu eliminar os "soberanos" da Copa Sul-americana em 2013, o Bragantino chegou a uma virada histórica no Morumbi para avançar na Copa do Brasil de 2014 e, no mesmo ano, o Penapolense foi quem fez a festa no estádio Cícero Pompeu de Toledo nas quartas de final do Paulistão.

Outro ponto agravante é o sucesso dos rivais. Afinal, em meio a tudo isso, Corinthians, Palmeiras e Santos são os atuais campeões, respectivamente, Brasileiro, da Copa do Brasil e Paulista. E seguem vivos na briga por mais conquistas ainda nessa temporada, enquanto o Tricolor, a pouco mais de três meses para o fim do ano, já não tem mais como ambicionar.

Pouco a pouco, o São Paulo tem perdido sua posição de destaque e tem deixado sua tão gloriosa imagem arranhar bruscamente a cada fim de campeonato. Torcedores têm sofrido como nunca diante desse momento, que para muitos já representa uma eternidade. Terminar a temporada com dignidade, sem sustos e planejar um 2017 promissor é tudo que o são-paulino espera e pode entender até como obrigação, diante da história da camisa veste.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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