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Maior reserva de Ceni, Roger crê em êxito do técnico: "Gosta de ser o cara"

19 jan 2017 - 11h02
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Maior reserva de Rogério Ceni no São Paulo, Roger José de Noronha Silva se admirou pela opção do ex-colega de se tornar técnico de futebol. No entanto, ele não tem dúvidas de que o Mito tricolor será bem sucedido na nova carreira, que terá seu pontapé inicial nesta quinta-feira, contra o argentino River Plate.

"Eu imaginava que ele fosse assumir um cargo da diretoria, não de técnico", admitiu Roger à Gazeta Esportiva, revelando uma remota ojeriza de Ceni pela função de comandante. "Ele até falava que a profissão de técnico era muito ingrata, sempre teve um pé atrás de virar treinador", acrescentou.

Natural de Cantagalo, pequeno município do interior do Rio de Janeiro, Roger foi o goleiro que por mais vezes amargou a reserva de Ceni no São Paulo. Entre 1997 e 2005, foram mais de 300 jogos nesta condição - segundo o clube, 312 partidas estão catalogadas, contra 301 de Denis e 228 de Bosco.

Os cerca de nove anos de convivência assídua com o agora técnico do Tricolor - os dois, inclusive, dividiram muitas vezes quarto de concentração - foram suficientes para que Roger adquirisse convicção do sucesso do ex-companheiro de posição neste novo desafio.

"O Rogério vai se dar bem porque ele não gosta de ser só mais um, ele gosta de ser o cara. Ele não vai querer ser mais um treinador do Brasil, mas sim como o Pep Guardiola", disse, comparando-o ao famoso técnico do Barcelona. "Vai ser aquele cara que, se precisar estudar o adversário por 24 horas para vencer, ele vai estudar", assegurou.

"Estou acompanhando os treinos. Ele trouxe um pessoal de fora (o inglês Michael Beale e o francês Charles Hembert) para complementar a comissão técnica. Vai ser um diferencial. Como ele está começando em time grande, a cobrança é diferente, mas ele vai ser um treinador ganhador e vai dar muito certo", disse de modo confiante.

O ex-arqueiro de 44 anos ainda ressaltou algumas características da personalidade de Ceni que poderão ajudá-lo em sua formação como técnico. "O Rogério é perfeccionista e muito detalhista. Isso no futebol é muito importante, principalmente com o nível de competitividade que tem hoje em dia", avaliou.

Proclamado Mito pela torcida são-paulina, Rogério Ceni estreia como treinador às 22 horas (de Brasília) desta quinta-feira, quando o São Paulo enfrenta o River Plate, em São Petersburgo, nos Estados Unidos, pelas semifinais da Copa Flórida. Roger está na expectativa para acompanhar o início da nova trajetória do amigo. "Vou ficar em casa na frente da televisão, torcendo para que ele tenha o primeiro passo vitorioso", avisou.

Conhecedor dos bastidores do clube do Morumbi, Roger descarta a hipótese de que a contratação de Ceni tenha sido um ato político da gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, que poderia obter uma suposta vantagem nas eleições de abril por ter trazido de volta o ídolo tricolor à equipe.

"Sei da seriedade e do amor que o Leco tem pelo São Paulo. Ele achou um nome para resgatar a autoestima do clube. O Rogério conhece o caminho das vitórias, foi campeão de tudo. O Leco foi muito perspicaz na contratação do Rogério para recuperar o comprometimento da torcida com o time. Não tem ninguém no mercado mais preparado do que ele", analisou.

Ao longo dos nove anos de São Paulo, Roger acumulou apenas 51 partidas pelo clube. Com poucas chances no Morumbi, buscou espaço no Vitória e na Portuguesa, equipes em que atuou emprestado. Apesar das raras chances com a camisa tricolor, ele não guarda nenhuma mágoa de Ceni.

"Em uma entrevista que o Rogério deu antes de parar, ele falou: 'Eu só me tornei o Mito graças aos goleiros que tive na minha reserva, que me obrigavam a me dedicar 100% e não deixavam eu dar brecha, porque eles eram capazes de assumir a titularidade'. E eu achei muito legal aquilo", concluiu Roger.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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