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Tênis

Para Guga, suas conquistas mais atrapalharam que ajudaram tênis brasileiro

22 fev 2017 - 19h36
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Ciente de que mudou o rumo do tênis no Brasil depois de ter sido tricampeão de Roland Garros e líder do ranking, entre outros feitos alcançados, Gustavo Kuerten disse nesta quarta-feira que acredita que, atualmente, seus resultados fazem mais mal que bem à modalidade no país.

"É o bem e o mal, são praticamente lineares. O próprio pai já vê um menino de oito, dez anos, e já diz que é um novo Guga. Imagina a cabeça do menino. Tem mazelas embutidas. Não houve uma quebra de paradigmas na parte estrutural, de formação, de investimentos nos profissionais. A realidade é muito similar à minha época, e com realidade similar e expectativa lá em cima, a tendência é ser pior do que era. E foi o que aconteceu", comentou Guga em entrevista coletiva concedida durante o Rio Open.

Sobre criação de expectativas, o ex-tenista lembrou de quando chegou a Paris em 1998 como atual campeão de Roland Garros. Na ocasião, ele perdeu logo na segunda rodada para o russo Marat Safin, que disputava a chave principal de um Grand Slam pela primeira vez.

"Em 98, em Roland Garros, cheguei lá para defender meu título com 21 anos de idade, todo nervoso, e a melhor coisa foi acabar aquele campeonato porque vi que não morri. É desesperador. Essa expectativa é muito difícil, mas é sempre persistente, faz parte do processo", considerou Kuerten, que crê que o panorama pode mudar a médio prazo.

"Não tenho dúvidas de que hoje o lado negativo (de seus resultados) pesa mais. A vantagem é que vejo que ainda estamos dispostos a dar essa contribuição. Acho que se estivéssemos em casa, distante, poderia ser pior. Mantemos a Escolinha Guga, com 1,9 mil crianças, com professores adequados, aprendendo a cada ano. Se mantivermos isso por dez ou 15 anos, aí o positivo vai superar", previu.

EFE   
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