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Futebol Internacional

Ghiggia é velado no Palácio Legislativo do Uruguai

17 jul 2015 - 13h27
(atualizado às 17h48)
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O caixão que leva o corpo de Alcides Edgardo Ghiggia foi conduzido ao Salão dos Passos Perdidos do Palácio Legislativo do Uruguai no final da manhã desta sexta-feira. Lá, o carrasco brasileiro na Copa do Mundo de 1950, vítima de uma parada cardíaca no dia anterior, recebeu as últimas homenagens dos compatriotas.

Além dos familiares de Ghiggia, estiveram presentes no velório autoridades e esportistas uruguaios. Muitos deles se atentaram ao fato de o ídolo ter morrido justamente em um dia 16 de julho, exatos 65 anos após marcar o segundo gol da vitória por 2 a 1 sobre a Seleção Brasileira e transformar o Maracanã em Maracanazo na final da Copa do Mundo de 1950.

Morte de Ghiggia: relembre homenagem ao jogador no Maracanã:

"Isso não faz mais do que engrandecer a sua lenda. Haverá outras façanhas, mas o Maracanã seguirá nos enchendo de orgulho", comentou Diego Godín, zagueiro do Atlético de Madrid e capitão do Uruguai. "Foi ele quem nos ensinou que não existem coisas impossíveis", complementou Andrés Scotti, que atua no Defensor Sporting.

Arcadio Ghiggia, biólogo e filho de 61 anos do carrasco brasileiro, lembrou que o pai já não se animava tanto com o feito no final da vida. "Conosco, falava pouco do Maracanã porque os companheiros não estavam mais aqui", contou, lembrando que Ghiggia foi o último que disputou aquela final a morrer. "Isso era muito triste para ele porque se tratava de uma época especial em sua vida. Tratávamos de não falar tanto disso."

Ex-jogador foi homenageado até por políticos, embora presidente não tenha comparecido
Ex-jogador foi homenageado até por políticos, embora presidente não tenha comparecido
Foto: Hugo Ortuno / EFE

Seja como for, Arcadio foi mais um a ficar intrigado com a data de morte do pai. "Poderia ter sido em qualquer dia, mas não foi. Decidiu pelo 16 de julho. Acredito que foi uma escolha dele, porque estava muito cansado. Depois do acidente (Ghiggia sofreu grave acidente automobilístico em 2012 ), não ficou bem. Era muito ativo e não gosta de se ver com uma bengala", disse.

Ghiggia, no entanto, jamais deixou de se sentir reconhecido pelo povo uruguaio. "Ele era querido onde ia. As pessoas pediam autógrafos, demonstravam admiração. Meu pai ficava satisfeito por ter carinho em qualquer lugar do país", afirmou Arcadio. O ex-jogador passou os últimos anos de seus 88 de vida na cidade de Las Piedras, onde administrava um supermercado.

Entre os políticos que acompanharam o velório de Ghiggia em Montevidéu, não estava o presidente Tabaré Vásquez, em viagem ao Brasil. Ele enviou condolências aos uruguaios e especial à família do ídolo nacional. Além de notar que a morte no 65º aniversário do Maracanazo "foi uma das ironias da vida".

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