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Vôlei

Brasil vai bem no vôlei de novo, mas volta a adiar sonho de "unificar" ouros

24 dez 2016 - 07h03
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Chamado por alguns torcedores de "país do vôlei" nos últimos anos pelas recorrentes conquistas, o Brasil teve mais um grande ano no esporte em 2016, mas a tentativa de unificar os títulos olímpicos na quadra, feito jamais realizado em toda a história, foi frustrada novamente.

O gráfico de rendimento das equipes brasileiras que entraram em quadra no Maracanãzinho durante os Jogos do Rio de Janeiro foi exatamente inverso. Enquanto os homens estiveram à beira da eliminação na primeira fase e saíram com o tricampeonato, as mulheres foram praticamente impecáveis em sua chave, mas foram surpreendidas nas quartas de final pela jovem seleção chinesa, que viria a ficar com o ouro.

Para o time do técnico Bernardinho, o ano começou promissor. A campanha até a fase final da Liga Mundial, único compromisso antes da Rio 2016, foi praticamente perfeito. O Brasil teve a melhor campanha, com apenas uma derrota, para a Sérvia, por 3 sets a 1, em Belgrado.

As seis classificadas disputaram a última fase em Cracóvia. Vieram então Itália e Estados Unidos no último grupo, e os brasileiros venceram por 3 sets a 0 e 3 sets a 2, respectivamente. Na semifinal, a adversária foi a França, que defendia o título, mas perdeu por 3 a 1.

Na decisão, a eneacampeã da Liga Mundial teve pela frente novamente a Sérvia, buscava uma conquista inédita e acabou obtendo-a, levando a melhor por implacáveis 3 sets a 0.

Mesmo assim, a seleção brasileira chegou aos Jogos como favorita, já que jogava em casa e não teria os sérvios pela frente, já que estes não obtiveram a classificação. A campanha, contudo, começou irregular, com vitórias relativamente duras contra México e Canadá e derrotas para Estados Unidos e Itália.

O mata-mata então começou mais cedo, já que era necessário bater a França para evitar o adeus precoce. O triunfo aconteceu, por 3 sets a 1, e a equipe de Bernardinho cresceu no momento certo. A Argentina também caiu por 3 a 1 nas quartas, enquanto Rússia, nas semifinais, e Itália, na decisão, foram atropeladas sem venceram uma parcial sequer. O bronze ficou com os Estados Unidos.

Era a chance de enfim "unificar" os ouros, algo de que o Brasil vem se aproximando desde 2004, ano em que também triunfou entre os homens e em que as mulheres pararam diante da Rússia na semifinal da dolorosa lembrança dos 24 a 19 e os seis match points perdidos. Em 2008 e 2012, a equipe feminina subiu ao ponto mais alto do pódio, mas a masculina teve de se contentar com a prata.

Só que o feito ficou para uma próxima. O time de José Roberto Guimarães iniciou o ano com elenco alternativo e o quinto lugar do Montreux Volley Masters, na Suíça, vencido pela China.

Quando passou a ser "para valer", no Grand Prix, o técnico escalou força máxima e obteve sucesso. Na fase inicial, as brasileiras venceram sete partidas e perderam duas, contra Sérvia e China. Depois, emplacou triunfos por 3 a 0 contra Tailândia, Rússia e Holanda até derrubar os EUA por 3 a 2 na final.

No Rio, o favoritismo, que já era grande antes de os Jogos começarem, ficou ainda maior com uma campanha com 100% de aproveitamento na primeira fase. Camarões, Argentina, Japão, Coreia do Sul e Rússia foram derrotadas por 3 sets a 0.

Veio então as quartas contra a China, e a vitória por fácil 25-15 na primeira parcial deu a impressão de que seria mais uma partida fácil. Porém, a seleção asiática virou o jogo e arrancou até seu terceiro ouro. A prata ficou com a Sérvia, e o bronze, com os EUA.

Entre os clubes, a situação foi parecida. O título do Mundial também ficou no Brasil no masculino, com o tricampeonato do Sada Cruzeiro, que teve campanha invicta em Betim e Belo Horizonte e bateu o Zenit Kazan na final. O Minas foi eliminado com três derrotas em três jogos.

Já no feminino, com torneio em Pasay, nas Filipinas, o Rexona foi eliminado ainda na fase de grupos. O troféu ficou pelo segundo ano seguido com o Eczacibasi, da Turquia, algoz do Casalmaggiore, da Itália, na decisão.

Na praia, Alison, prata em Londres 2012, Emanuel, subiu mais um degrau no pódio com o ouro no Rio ao lado de Bruno Schmidt, sobrinho da lenda do basquete Oscar Schmidt e do jornalista e apresentador Tadeu Schmidt.

Assim como a seleção de quadra, a dupla correu risco de ser eliminada na primeira fase após uma derrota para os austríacos Clemens Doppler e Alexander Horst. Entretanto, se recuperaram, deixaram para trás jogadores de sucesso e subiram ao topo do pódio.

O espanhol Pablo Herrera, prata em Atenas 2004, ficou pelo caminho nas oitavas; o americano Phil Dalhausser, ouro no Mundial de 2007 e em Pequim 2008, deu adeus nas quartas; os holandeses Alexander Brouwer e Robert Meeuwsen, campeões do mundo em 2013, foram as vítimas nas semifinais e ficaram com o bronze; e os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo, atuais campeões europeus, tiveram de se contentar com a prata.

A outra dupla brasileira no masculino, formada por Evandro e Pedro Solberg, foi eliminada ainda nas oitavas pelos russos Nikita Liamin e Dmitri Barsuk.

No feminino, o título escapou por pouco. Ágatha e Bárbara Seixas, que venceram o Mundial em 2015, foram as responsáveis pela primeira derrota na história dos Jogos da americana Kerry Walsh, tricampeã olímpica ao lado de Misty May-Treanor. Agora, com April Ross, ficou com o bronze.

Na decisão, porém, a paranaense e a carioca sucumbiram às alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst, que nas semifinais haviam derrubado a outra dupla anfitriã, formada por Larissa e Talita.

Com resultados atípicos devido ao foco nos Jogos Olímpicos e à dança das cadeiras das duplas após o evento no Rio, o circuito mundial de vôlei de praia teve o tricampeonato dos letões Janis Smedins e Aleksandrs Samoilovs. Entre as mulheres, quem triunfou foram novamente Ludwig e Walkenhorst.

EFE   
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