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Atlético-PR admite que "2015, o ano do futebol", será adiado

Em reunião do Conselho Deliberativo marcada por confusão, Petraglia reconheceu dificuldades em investir no momento

19 mai 2015 - 07h00
(atualizado às 07h42)
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A promessa do mandatário do Atlético-PR de fazer de 2015 "o ano do futebol" não será mais possível. Pressionado pelos torcedores, após o péssimo início de temporada, o presidente Mario Celso Petraglia já admite não ter recursos para investir.

Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, está sendo pressionado pela torcida e Conselho
Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, está sendo pressionado pela torcida e Conselho
Foto: Atlético-PR / Divulgação

Em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, segunda-feira à noite, no CT do Caju, conselheiros do Atlético-PR prometeram cobrar algumas situações que queriam incluir na pauta do encontro, entre elas o assunto específico do futebol, dividido em partes. E a certa tensão previsível devido às cobranças se concretizou, com a presença de 155 pessoas.

O próprio dirigente, em conversas recentes com a torcida por meio do Whatsapp, já havia falado que o clube paranaense não conseguiria cumprir com sua promessa feita em novembro do ano passado. Algo que mudou em pouco mais de um mês, quando disse que faria um “grande time e só depois veria como pagar”.

Portanto, essa nova posição foi repassada para o Conselho até uma certa parte. O presidente atleticano alega que principalmente o prefeito Gustavo Fruet não repassou recursos prometidos ao Atlético-PR pela Arena da Baixada e que, por isso, teve que tirar o dinheiro que investiria no futebol para pagar o estádio – o governo municipal também cobra R$ 17,3 milhões, atualizados, pelo não pagamento das 16 desapropriações no entorno do seu palco de jogos, comprovando as dívidas preocupantes do local. Outros casos pontuais futebolísticos não conseguiram ser discutidos na última noite.

"Mesmo sem um detalhamento que queríamos, ficou bem claro que vamos com o elenco que temos e com a vinda de mais poucos atletas. E sem saber o nível. Isso é preocupante, haja vista o ano sofrível até aqui. Esperamos que, na próxima vez, o presidente fale tudo o que queremos", afirmou um conselheiro, que pediu para não ser identificado.

Petraglia, em nota postada no site oficial há nove dias, enumerou alguns motivos para a dificuldade em trazer contratações conhecidas no cenário nacional, como os preços elevados no mercado futebolístico e impossibilidade de fazer parcerias com grupos de investimentos, vetada pela Fifa em 2014 e que entrou em vigor neste mês. Na época, também citou que o acordo tripartite não cumprido, segundo o clube, com a prefeitura e governo sobre a reforma da Arena da Baixada também complicou as finanças. O custo final da Arena é de R$ 346,2 milhões.

Assim, o torcedor vai ter que se acostumar com a ideia de que o “ano do futebol” foi adiado. Mais uma vez. Ou seja, mesmo com alguns reforços em vista para o Campeonato Brasileiro, a cúpula rubro-negra não vai trazer jogadores de ponta como pretendia e prometia no início de abril, a não ser que veja uma oportunidade irrecusável. O único de alto nível que chegou ao CT do Caju com a crise dentro de campo, tendo que disputar o vexatório Torneio da Morte, foi o atacante Walter, que caiu nas graças dos torcedores. O restante é aposta – como o volante Jádson, vindo da Udinese, da Itália, tendo também boas atuações.

Clima tenso

Reunião, que teve 155 dos 300 conselheiros presentes, terminou antes de discussão de toda a pauta por "desordem"
Reunião, que teve 155 dos 300 conselheiros presentes, terminou antes de discussão de toda a pauta por "desordem"
Foto: Divulgação/Atlético-PR

Em época de eleição, os ânimos normalmente começam a ficar acirrados nos bastidores. Um grupo de 25 conselheiros quis incluir cobranças a Petraglia, mesmo elogiando sua atuação em quase 20 anos ininterruptos, alegando que era de interesse de todos.

Os primeiros assuntos discutidos e previstos não tiveram problemas. As contas de 2014 foram aprovadas e o atual presidente foi reeleito no conselho de administração da CAP S/A – empresa criada para gerir a Arena. Depois disso, o clima esquentou. No assuntos gerais, o grupo queria uma explanação, alegando transparência sobre: a exploração econômica da Arena, demonstração de resultados do Departamento de Inteligência do Futebol (DIF), venda de atletas (Ederson, Manoel, Fernandão, Marcelo Cirino, Douglas Coutinho e Nathan), Fundação Clube Atlético Paranaense (Funcap) e a criação de comissão para estudo em conjunto ao departamento de marketing sobre o novo plano de sócios.

Presidente do Deliberativo, Antônio Carlos Bettega, o Tataio, colocou a entrada desses assuntos em votação, após um início de tumulto. A maioria dos conselheiros se mostrou a favor, já indicando um real descontentamento com Petraglia – algo ainda não visto desde seu retorno em 2012. E que também se mostra potencialmente perigoso em ano eleitoral. O mandatário, entretanto, apenas comentou que ainda não conseguiu o pagamento total do Doyen Group sobre os valores de Marcelo e Coutinho. O resto foi impedido pela confusão no Conselho, que foi finalizada com alegação de "desordem" por Tataio.

Mesmo com a decisão democrática, os conselheiros que apoiam Petraglia não gostaram, e a discussão só foi piorando com o passar do tempo. A tensão foi tanta que quase aconteceram agressões, com alguns conseguindo evitar tal barraco na reunião. "O pessoal não foi às vias de fato por muito pouco. A reunião acabou só com o que eles queriam que fosse falado", lamentou outro conselheiro ouvido pela reportagem. Do outro lado, a sensação foi de que a diretoria conseguiu um pouco mais de tempo para tentar conter os ânimos de uma oposição que parece surgir com mais intensidade, e que tem três vias diferentes no momento.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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