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Fórmula Indy

Fittipaldi lembra teste de Senna na Indy: meu sonho era correr com ele

20 dez 2012 - 15h21
(atualizado em 21/12/2012 às 07h26)
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Emerson Fittipaldi tinha o sonho de largar no mesmo grid com Ayrton Senna nas 500 Milhas de Indianápolis de 1993. Ao final, o contato do tricampeão mundial de Fórmula 1 com a Fórmula Indy se resumiu a um dia de teste no circuito misto Firebird International Raceway, em Chandler (Arizona), em 20 de dezembro de 1992. Em entrevista ao Terra, Fittipaldi relembra os 20 anos do teste. A seu convite, Senna utilizou a Penske com a qual Emerson havia sido o quarto colocado da Fórmula Indy naquela temporada.

Cotado para reforçar a Penske, Senna não fechou contrato; no fim, foi vetado até das 500 Milhas de Indianápolis, vencidas por Emerson Fittipaldi em 1993
Cotado para reforçar a Penske, Senna não fechou contrato; no fim, foi vetado até das 500 Milhas de Indianápolis, vencidas por Emerson Fittipaldi em 1993
Foto: AFP

Teste de Senna na Fórmula Indy completa 20 anos; relembre 

Mecânico da Penske diz que Senna "impressionou" em teste de 1992 

“Ele andou muito bem”, afirma Fittipaldi. “A gente ficou uma semana junto, aí ele foi ver meu teste no oval em Phoenix”. A intenção era que Senna experimentasse o carro também nessa pista, mas, por motivos de segurança, isso não se concretizou. “O Roger (Penske) preferiu que ele não guiasse pela ansiedade de querer virar rápido no oval, e tem que ter um procedimento. Não que não tivesse talento – óbvio que ele tinha –, mas precisava de dois ou três dias. Em um dia só no oval você fica meio assim e pode bater”.

Em dezembro de 1992, Senna vivia um período de indefinição após terminar a temporada anterior da F1 pela McLaren na quarta posição, seu pior resultado desde 1986. A superioridade da Williams desanimava o brasileiro, que viu o britânico Nigel Mansell dominar a categoria em 1992 com o carro FW14B, que contava com uma suspensão ativa aperfeiçoada.

Em Firebird, Senna teve de se reacostumar ao câmbio manual e ao motor turbo. “O Penske me lembrou os velhos tempos da F1, onde o lado humano era o fator mais importante. Hoje os F1 são tão sofisticados que o computador faz grande parte do trabalho de guiar o carro por você”, atestou ele em 1993, em entrevista à revista americana Road and Track.

O experimento na Indy é interpretado como uma maneira de fazer pressão para afastar da F1 a tecnologia, a qual de fato foi suprimida a partir de 1994, com a retirada da suspensão ativa e do câmbio automático. Antes disso, porém, Senna viu em 1993 o arquirrival Alain Prost conquistar o tetracampeonato mundial a bordo da Williams.

Para aquele ano, o brasileiro assinou um contrato corrida a corrida com a McLaren. Ele poderia ter competido também nas 500 Milhas, não fosse um veto do chefe, Ron Dennis. “Meu sonho em 1993 era largar em Indianápolis com Nigel Mansell e com o Ayrton, e quase aconteceu”, diz Fittipaldi. “Ele (Senna) queria mesmo ir para Indianápolis, o Roger estava acertando para ele correr. Nós íamos ter três carros na equipe, mas o Ron Dennis não deixou”.

O próprio Fittipaldi venceria as 500 Milhas de 1993, enquanto que seu companheiro de Penske, o canadense Paul Tracy, terminou no 30º posto após se envolver em um acidente. Mansell, que se mudou para a Indy defendendo a Newman-Haas, foi o terceiro colocado da prova e depois se sagraria campeão em sua temporada de estreia; Emerson seria o vice.

Para Senna, que morreria em um acidente com a Williams no Grande Prêmio de San Marino em 1º de maio de 1994, ficou a promessa feita em entrevista à TV Bandeirantes, logo após o teste, em Firebird: “um dia eu vou guiar este carro. É só uma questão de tempo. A gente tem de esperar apenas a oportunidade certa para participar das corridas aqui nos Estados Unidos”. Aquele 20 de dezembro de 1992 acabou sendo o único dia em que ele guiou um Indy.

Fonte: Terra
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