PUBLICIDADE

"Quebra de confiança" faz Mercedes pensar em jogo de equipe

25 ago 2014 - 10h37
(atualizado às 14h38)
Compartilhar
Exibir comentários

Até então elogiada por deixar seus pilotos disputarem posição e por interferir o mínimo possível nas provas da atual temporada da Fórmula 1, a equipe Mercedes pode se ver obrigada a apelar para o tão contestado jogo de equipe a fim de não correr riscos de perder um campeonato praticamente ganho. O estopim foi o toque de Nico Rosberg em Lewis Hamilton, que furou o pneu do britânico e prejudicou o seu desempenho do Grande Prêmio da Bélgica, neste domingo, em Spa-Francorchamps.

O campeão mundial de 2008 ultrapassou o companheiro de equipe logo na largada e, ainda na segunda volta, foi atacado pelo alemão. Na tentativa de defender a ponta, recebeu um toque de Rosberg, que perdeu um pedaço da asa, mas furou o pneu traseiro esquerdo do britânico. Hamilton caiu para as últimas posições, viu-se obrigado a abandonar a prova nas voltas finais – quando estava na 16ª posição – e ainda presenciou o líder do campeonato mundial subir ao pódio na segunda colocação, abrindo mais 18 pontos na ponta da categoria.

Após a prova, o britânico revelou que Rosberg admitiu ter provocado o toque propositalmente em reunião com o restante da equipe Mercedes. Além disto, externou o seu sentimento em relação ao amigo de infância – os dois correram juntos de kart, quando pequenos -, dizendo que teve a confiança quebrada. “Quando você está lá, tem que confiar que as pessoas vão usar a cabeça ao invés de fazer coisas deliberadamente”, comentou Lewis. “Não consigo imaginar o que o time vai fazer agora”, acrescentou.

Foto: Clive Mason / Getty Images

(Crédito da foto: Clive Mason/Getty Images)

A solução – tão evitada pela Mercedes – deve ser adotar o contestado jogo de equipe. O GP da Bélgica não foi o primeiro que presenciou disputa perigosa e polêmica que tenha prejudicado os desempenhos de Hamilton e Rosberg nesta temporada. No meio desta rivalidade, pode surgir um terceiro nome para brigar pelo título mundial: Daniel Ricciardo. O australiano da Red Bull, embora ainda esteja a 64 pontos de Rosberg e a 35 de Hamilton, venceu mais provas que ambos de junho para cá e perece ter mais respaldo da sua equipe para, de fato, chegar na melhor posição possível a cada corrida.

“Estou extremamente chateado com o que aconteceu. Mas não apenas pelo fato de os dois carros terem se tocado. Eu me sinto chateado porque definimos as regras todos juntos e nós quebramos hoje essas regras", disse o presidente não executivo da Mercedes e tricampeão mundial de Fórmula 1, Niki Lauda. "O toque foi completamente desnecessário, mas a verdadeira crítica que tenho é que foi na segunda volta que eles bateram um no outro. Precisamos resolver essas coisas”, acrescentou.

Já o chefão do grupo alemão, Toto Wolff, teceu declarações mais simbólicas. Após o GP da Bélgica, deu a entender que o incidente na segunda volta pode provocar uma mudança no pensamento da Mercedes. “Isso ainda será decidido”, falou, após ser questionado sobre a necessidade de adotar o jogo de equipe. “Se realmente for preciso, será decepcionante para todos nós, mas precisamos ficar em cima da situação e nós ainda não sabemos o que isso significa”, decretou.

Hamilton esbravejou contra Mercedes no GP da Bélgica
Hamilton esbravejou contra Mercedes no GP da Bélgica
Foto: Yves Herman / Reuters

(Crédito da foto: Yves Herman/Reuters)

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade