Atlético-PR e Coritiba gastam R$ 800 mil em eleição da FPF
Apesar do quase milionário montante, dupla Atletiba não conseguiu eleger o candidato Ricardo Gomyde
Atlético-PR e Coritiba, juntos, desembolsaram R$ 800 mil para a campanha de Ricardo Gomyde na conturbada eleição da Federação Paranaense de Futebol, que foi parar na Justiça, em março deste ano. O montante, entretanto, não foi suficiente para o sucesso.
Contra o presidente Hélio Cury, a dupla Atletiba se aliou – junto ao Paraná – para tentar tirar o mandatário da entidade máxima do futebol do Estado. Apesar da força do trio de ferro, o futebol amador continuou importante e foi decisivo para a derrota por oito votos (33 a 25).
A polêmica ficou por conta dos altos gastos nessa empreitada. O Coritiba tirou R$ 200 mil dos cofres do clube para colocar na campanha do derrotado opositor. Assim que foi descoberto, a cobrança começou.
Em reunião do Conselho Deliberativo na segunda-feira, conselheiros questionaram de onde saiu esse valor. Anteriormente, a diretoria coxa-branca negou que tenha saído da conta alviverde. Algo que não convenceu os torcedores.
Assim, o Conselho Fiscal explicou a situação. Para compensar o “empréstimo”, o presidente Rogério Bacellar deu oito cheques pré-datados de R$ 25 mil para cobrir a doação, sem cobranças de juros. Algo que revoltou os conselheiros da mesma forma, que ainda queriam saber como foi o processo para definir isso.
Ninguém explicou publicamente a forma. Ouvidos pela reportagem, conselheiros afirmaram que o valor foi pego pelo vice-presidente André Macias, que era o cartola do Coritiba mais envolvido nas eleições da FPF. Essa atitude ajudou na saída de Ricardo Guerra do G-5. Isso porque o dirigente era o responsável pelo financeiro e não teria autorizado a retirada do montante, recebendo críticas internas e públicas por algo que não concordou.
Ainda no encontro do início da semana, para tentar rebater o gasto coxa-branca, o clube alegou para algumas pessoas, em conversas mais privadas, de que o rival Atlético-PR gastou, pelo menos, o triplo na campanha de Gomyde.
Ou seja, o presidente Mario Celso Petraglia, que reclama da falta de dinheiro para contratar, fez uma doação de R$ 600 mil para conseguir eleger seu candidato. O descontentamento do mandatário rubro-negro com a gestão de Cury era clara e também ficou visível que seria uma vitória pessoal. O que motivou o gasto exorbitante.
Gastos com o quê?
Jantares, viagens e hospedagens são normais em campanhas eleitorais. Mas, a grande maioria, foi feita em Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Algumas viagens para o interior, mesmo se usasse jatos particulares e fixados em hotéis luxuosos, não justificariam todo esse dinheiro.
A chapa vencedora de Hélio Cury, por exemplo, falou que os gastos somente com esses três itens ficaram próximos dos R$ 20 mil. Esse valor representa apenas 10% do montante doado pelo Coritiba, por exemplo. Ainda vale lembrar que, dificilmente, o candidato próprio não desembolsa nada na campanha. Sendo assim, a quase milionária campanha não foi capaz de vencer os escassos recursos usados pela chapa da FPF.
Procurado pela reportagem, Ricardo Gomyde não atendeu aos telefonemas.