Doze anos depois, Ceni vive novo fim de era Muricy
Demitido recentemente, o treinador Muricy Ramalho encerrou sua segunda passagem no comando do São Paulo após três anos e meio. Em sua primeira experiência, o técnico assumiu o time após o afastamento de Telê Santana, e foi dispensado em 1997. À época, o goleiro Rogério Ceni foi o único a se mostrar abertamente contra a decisão, e hoje vê o treinador mais uma vez fora.
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"O grupo estava fechado para reagir, e ele era fundamental para que brigássemos pelo título. Agora só o tempo vai dizer o que pode acontecer", disse Rogério à Folha de S.Paulo em 1997, em um comentário que poderia ter sido feito atualmente.
"Pode perguntar para cem pessoas se elas acham que o time vai melhorar sem o Muricy. Todas vão dizer que não, pois é algo evidente", avisou o goleiro na época. Procurado, o goleiro não comentou a nova saída do técnico.
Rogério Ceni não foi único que defendeu Muricy Ramalho. Belletti, hoje jogador do Chelsea, lamentou a saída do treinador. "Ele era como um pai para mim", falou o ex-são-paulino, que começou como volante e passou a jogar na lateral direita pelas mãos do técnico.
Muricy foi demitido pelos resultados irregulares que a equipe colecionava no Campeonato Paulista e também pela eliminação para o Vitória nas oitavas de final da Copa do Brasil. A diretoria alegou que buscaria um treinador "com mais experiência", mas acabou efetivando o auxiliar Darío Pereyra. O São Paulo terminou o Estadual com o vice, perdendo o título para o Corinthians após empatar com o rival no último jogo do quadrangular final.
"Ele saiu em um bom momento. Do jeito que está, tem condições de voltar um dia", previu corretamente o ex-presidente do clube Fernando Casal de Rey.