Investimento em 2010 não depende de título, garante Hawilla

15 nov 2009 - 13h00

(atualizado às 13h47)

Atual líder do Campeonato Brasileiro com os mesmos 59 pontos do São Paulo, o Palmeiras corre risco de perder três posições neste domingo. A quatro rodadas do final do torneio, José Hawilla, proprietário da Traffic e parceira do Verdão, assegura que o investimento para 2010 não está condicionado ao possível título nacional. "Não influencia no planejamento", resumiu.

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Apesar disso, Hawilla admite que a chegada da taça pode proporcionar um time mais forte de maneira indireta. "É evidente que, se for campeão, é muito melhor. Mais jogadores importantes vão querer jogar nesse time campeão", disse o empresário, que no começo de agosto anunciou, ao lado de Luiz Gonzaga Belluzzo, mandatário do Palmeiras, e Júlio Mariz, presidente da Traffic, que o elenco do Palmeiras seria mantido até o final da temporada com o objetivo de conquistar o título brasileiro.

Porém, na iminência de perder a liderança do torneio, Hawilla garante que adotaria a mesma posição se pudesse voltar atrás. "Não chego a me arrepender, porque nós tomamos essa decisão, oferecemos isso ao Palmeiras e vamos segurar até o final do ano", declarou o empresário. Na época, o Palmeiras recebeu propostas e sondagens por jogadores como Pierre, Cleiton Xavier, Sandro Silva e Diego Souza. Depois de tomar a decisão de fechar o mercado, o clube ofereceu reajustes salariais a alguns atletas, o que teria gerado mal-estar dentro do elenco. Para Hawilla, no entanto, a medida não teve consequências negativas.

Hawilla prevê clubes na bolsa de valores

O empresário José Hawilla, proprietário da Traffic, parceira do Palmeiras, prevê que os clubes brasileiros abram o capital e tenham ações negociadas na Bolsa de Valores em breve. O expediente é comum na Europa e adotado por clubes como o inglês Manchester United, um dos mais ricos do planeta.

"Vai acabar acontecendo isso. Abrimos um fundo para investir no Palmeiras e rapidamente eu consegui R$ 40 milhões. Isso é o caminho para abrir o capital: são empresas e empresários investindo em jogadores de futebol", disse. Segundo ele, o fundo quase triplicou de valor, "mesmo com toda a crise econômica".

Além de contar com jornais e uma afiliada da Rede Globo, a Traffic também é proprietária do Desportivo Brasil, time da quarta divisão do futebol paulista, do Miami FC, equipe defendida por Romário nos Estados Unidos em 2006 e atualmente treinada por Zinho, e administradora do Estoril, da segunda divisão portuguesa.

"O único produto inteiramente globalizado no mundo é o futebol. Se você procurar no interior da Ucrânia, tem um jogador estrangeiro, quase sempre brasileiro", afirma Hawilla, que se diz favorável à adoção do calendário europeu no futebol brasileiro. "Mas tem resistência da televisão", ponderou.

"Eu acho que eles ficaram pelo menos mais comprometidos com o projeto de ser campeão. Aquilo serviu para dar um ânimo no time, uma segurança nos jogadores e acho que eles ficaram mais comprometidos. Eu só vejo aspectos positivos", declarou o empresário.

Um dos principais nomes da Traffic no elenco ao lado de Diego Souza, Cleiton Xavier sentiu uma lesão no jogo contra o Santo André, na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para Hawilla, a ausência do meia na reta final não o desvaloriza. "Todo jogador tem contusão, é uma ocorrência lógica no futebol", minimizou.

Segundo o empresário, o acordo com o Palmeiras para manter o elenco vence em dezembro. Desta forma, ele admite a possibilidade de negociar na próxima janela de transferências. "Eu diria que é provável (a saída de alguns atletas), desde que apareçam propostas. Não vamos correr atrás para oferecer jogador", explicou.

Com oito vitórias, sete empates e seis derrotas desde que estreou no comando do Palmeiras, Muricy Ramalho ganhou 31 dos 63 pontos possíveis e tem 49,2% de aproveitamento. Sem empolgação, José Hawilla aprovou o desempenho do ex-treinador do São Paulo."Ele está trabalhando bem. Está com 51%, 52% de aproveitamento (antes do jogo contra o Sport, o aproveitamento era de 50%). Está fazendo um bom trabalho, mas o futebol é muito circunstancial e depende de uma série de fatores: depende de você ganhar, de você ganhar um título", encerrou o empresário, na torcida contra São Paulo, Flamengo e Atlético-MG.