Neymar joga por fim de seca e trauma londrino; Kaká por sobrevida na Seleção

As duas maiores estrelas brasileiras que estarão em campo nesta segunda-feira, contra a Rússia, têm objetivos totalmente diferentes no jogo marcado para as 16h30 (de Brasília), em Stamford Bridge. Neymar é titular absoluto, é visto como futuro da Seleção e tem como desafio acabar com a seca de quatro jogos sem gols e com o trauma londrino. Já Kaká luta por um lugar no grupo, teme ser visto como ultrapassado e precisa de uma boa atuação para não virar descarte.

Os dois atuaram juntos três vezes como titulares, todas com Mano Menezes. Ganharam de Iraque e Japão e empataram com a Colômbia. Felipão chegou na Seleção no final do último ano, mudou a formação e ainda observa sistemas e alternativas para deixar o Brasil pronto para a Copa das Confederações. Neymar está presente em todas as ideias consideradas pelo técnico. Kaká tem que primeiro provar que merece um lugar no grupo.

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O auge do santista, hoje com 21 anos, ainda está por vir, pelo menos no curso normal na carreira de um jogador. Idolatrado e midiático, Neymar hoje tem vida de popstar. Kaká viveu o mesmo há 10 anos. O topo veio com o prêmio de melhor do mundo em 2007. Desde então, o meia tem tido dificuldade para manter nível do futebol. A presença na Seleção está mais ligada à lembrança do que já fez e do que representa. O presente é irregular e o futuro incerto.

Londres – cenários de duas derrotas emblemáticas

Poucos têm dúvidas das qualidades técnicas de Neymar. Destes, muitos estão na Inglaterra. A relação do atacante santista com os ingleses tem sido tumultuada, com polêmicas, críticas e desconfiança sobre o potencial do garoto que em 2010 recusou uma transferência ao Chelsea de 55 milhões de libras.

Desde então, o nome de Neymar passou a ser conhecido na Inglaterra. Sua estreia no país em 2011, em amistosos da Seleção contra a Escócia, provocou grande curiosidade e transformou-se em sua melhor exibição aos ingleses, com dois gols. Desde então, em todas as vezes em que esteve no país, não passou despercebido.

Foi chamado de mergulhador pelo jornal The Sun e de superestimado pelo inglês Joey Barton. Recebeu mais vaias do que aplausos por suas constantes quedas, intencionais ou não. E acumulou seus dois piores momentos com a camisa da Seleção justamente em Londres.

A final olímpica contra o México, em Wembley, poderia significar a primeira consagração de Neymar com a Seleção. Virou fracasso para o atacante, que sumiu no momento de decisão. O jogo era amistoso, mas o mesmo ocorreu em fevereiro, quando fez a sua mais criticada partida pelo País contra a Inglaterra. A derrota por 2 a 1 novamente em Wembley trouxe uma enxurrada de críticas e o momento mais contestado da carreira de Neymar até agora.

A queda no futebol de Neymar neste início de temporada é notória. Tanto que o jogador está, se contado Santos, quatro jogos ou 380 minutos sem balançar as redes. Seca incomum em sua curta carreira. Vale a ressalva de que o futebol do atacante no último jogo, contra a Itália, cresceu com participação direta nos dois gols e muitos elogios de Felipão. Em Londres, atuação parecida faria afastar um pouco a desconfiança inglesa em seu futebol.

Cada minuto em campo contará muito para Kaká nesta segunda-feira. O atacante que já foi pentacampeão com Felipão em 2002, quando ainda um garoto, passa por um recomeço na carreira e vai ser observado atentamente. Fica difícil acreditar que, em caso de uma atuação ruim, o meio-campista ganhará sequência e disputará a Copa das Confederações.

Conta contra Kaká o seu momento instável no Real Madri. Muito mais reserva do que titular no momento, o brasileiro sente dificuldades em repetir o futebol que o levou a comemorar o prêmio de melhor do mundo em 2007. As lesões prejudicaram, e aos 30 anos é difícil não avaliar sua carreira em queda.

Mas dentro de uma Seleção em reconstrução e com falta de referências, Kaká virou aposta de Mano Menezes mesmo com o escasso tempo para jogar no Real. Com Felipão, o cenário mudou. Kaká ficou fora da partida contra a Inglaterra. Diante dos italianos, jogou o segundo tempo e decepcionou. Nesta segunda-feira, pode tem uma melhor sequência.

O meia chegou a ser nome certo para o duelo contra a Rússia, mas Felipão disse depois de sua fraca atuação diante da Itália que pensava em mantê-lo no banco. A resolução final deu a Kaká a chance de ser titular. Uma boa atuação o garante na Copa das Confederações. Um futebol reprovável terá efeito contrário.

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