MT: Operário morto estaria sem luvas e deslocado de função
O operário Muhammad Ali Maciel Afonso, 32 anos, que morreu nesta quinta-feira depois de receber uma alta descarga elétrica na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), estava sem luvas na hora do acidente. Além disso, a família dele informou que Ali Maciel era montador, mas, na hora do acidente, atuava como eletricista. A informação da ausência da proteção nas mãos do operário contradiz o que havia sido divulgado anteriormente pela Secopa.
"No momento que aconteceu a cena, ele estava com os equipamentos. Mas o que ficou caracterizado é que ele estava sem a luva", informou o secretário Maurício Guimarães, da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), em entrevista à imprensa nesta tarde.
Apesar da gravidade do caso, Alexandre Santini, representante da empresa ETEL - que integra o consorcio CLE -, se recusou a falar para prestar esclarecimentos. Ele apenas entregou uma nota à impressa, minutos antes da entrevista da Secopa, na qual a empresa lamenta a morte e assegura que está tomando todas as providências para minorar a dor da família.
Na nota, a empresa diz ainda que Muhammad era um funcionário dedicado e havia recebido treinamento adequado para assumir as funções que lhe foram destinadas. Santini viajou de Campinas, onde fica a sede da ETEL, para acompanhar o caso.
Ainda na entrevista, o secretário Maurício Guimarães estava visivelmente contrariado com o silêncio da empresa a quem atribuiu as responsabilidades trabalhistas. Ele afirmou que, após as apurações, se for o caso, serão tomadas todas as providências para responsabilizar a ETEL.
"Essa é uma entrevista que não gostaria de dar. Hoje foi um dia muito triste. Já estamos terminando a nossa obra e até agora sem nenhum acidente, mas infelizmente isso aconteceu e lamentamos demais", disse o secretário, com a voz embargada.
"O que posso dizer para vocês é que a Secopa está acompanhando todos os acontecimentos e exigindo da empresa que preste todas as informações a nós e à família do operário. Estamos acompanhando tudo junto às autoridades responsáveis".
Durante toda a tarde, tanto perícia quanto Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho, a Polícia Técnica e a Polícia Civil, que abriu inquérito investigativo, estiveram na Arena Pantanal para fazer averiguações. Também esteve presente o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.
