Grupo prepara cartazes e discute reivindicações para manifestação em BH
Embaixo do Viaduto Santa Teresa, na região central de Belo Horizonte, o grupo Assembleia Popular BH se reuniu nesta terça-feira para preparar cartazes e decidir temas a serem expostos na manifestação marcada para esta quarta antes do jogo entre Brasil e Uruguai, pela semifinal da Copa das Confederações.
Das mais de 13 mil pessoas que confirmaram presença nos ruas na página do grupo no Facebook, pouco mais de 300 comparecerem a uma reunião para definir discussões e os últimos detalhes do protesto. O grupo é um dos segmentos que devem engrossar a manifestação que mobilizará 5,5 mil policiais na cidade. O evento #VempraruaBH tem mais de 55 mil pessoas confirmadas pelo Facebook.
Enquanto ativistas improvisavam discursos e pediam atenção aos mais variados assuntos, cinco pessoas concentravam a confecção dos cartazes com cartolina e tinta guache. Assim como em outras manifestações, a abrangência de reivindicações era grande. Reforma agrária, saúde, educação, críticas a Copa do Mundo e a uma possível guinada à direita da onda de protestos que tem tomado o país nas últimas semanas.
A poucos metros, ativistas seguiam a mesma lógica em uma “questão de ordem” e discursavam por poucos minutos, em sequência. Democratização da mídia, falência da educação, transporte de má qualidade e questões práticas de como será a manifestação de quarta-feira. “O que vocês vão fazer se furar o bloqueio da Polícia?”, questionou um dos discursistas, sem obter resposta.
Ao final da lista, cada subgrupo se reuniu em pequenas rodas para discutir, em forças de tarefa, ações práticas para que suas reivindicações sejam levadas adiante. Enquanto isso, alguns líderes do movimento se reuniam no Palácio da Liberdade com o Governador Antônio Anastasia para discutir limites de ambas as partes na manifestação de quarta. Ficou decidido que haverá distância entre o posicionamento da Polícia e a as grades que vão delimitar a área em que só é possível entrar com ingressos da Fifa.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o alto comando da Polícia demonstrou preocupação com as informações que circulam nas redes sociais que preveem as mais diferentes ações no dia de jogo Brasil x Uruguai. Impedir a chegada de torcedores e até das delegações com o boqueio de todas as vias acesso ao Mineirão é a mais temida pelos oficiais, mas não chegou a ser discutida no encontro debaixo do viaduto.
Era apenas uma reunião denominada Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte que busca um “fórum de diálogo horizontal e autônomo para formulação de pautas e propostas para próximas mobilizações”. De perto, alguns policiais do posto localizado embaixo do viaduto acompanhavam a movimentação. Antes de ficarem em lados opostos, dois deles discutiam idelogias e política com manifestantes.
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