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Itália

Com Rubinho em alta, Genoa pressiona grandes na Itália

26 abr 2009 - 09h26
(atualizado às 09h52)
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Atrás apenas de Inter, Milan e Juventus, há um intruso no Campeonato Italiano. É o Genoa, que de tradicional, chegou a disputar a segunda divisão há dois anos, mas hoje briga por vaga na próxima Copa dos Campeões da Europa. Liderando o terceiro melhor sistema defensivo do torneio, tem um brasileiro que consolida sua volta por cima na carreira: Rubinho.

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Aos 25 anos, ele fala sobre o sistema tático ofensivo da equipe, a boa fase do também brasileiro Thiago Motta, do treinador Gasperini e de sua própria identificação com a fanática torcida do Genoa.

Nas linhas abaixo, você lê a segunda parte da entrevista exclusiva de Rubinho ao Terra, em que fala especificamente sobre o sucesso do Genoa na Itália.

Entrevista com Rubinho - Parte 2

Terra - Fale um pouco mais sobre o Gasperini, que é respeitadíssimo na Itália

Rubinho - Ele é um treinador que estuda muito o futebol. É um cara que tem uma leitura muito fácil e entende como a outra equipe joga muito bem. Tem uma consciência tática muito boa, então está se diferenciando no campeonato desse ano justamente por isso. Contra as grandes equipes, temos feito boas partidas por causa dessa inteligência dele. De saber o que o adversário pode mudar e no mesmo momento mudar também nosso sistema tático.

Ele é uma das revelações do campeonato porque não tem medo de ousar. Saiu no jornal aqui que tem sete ou oito treinadores que o acham um inovador. Essa é uma das características dele.

Terra - O Genoa joga em um improvável 3-4-3 sem ser inseguro na defesa. Como funciona esse esquema?

Rubinho - Varia bastante. Diria que a gente joga praticamente num 4-5-1, porque um dos dois alas, que é o Criscito, recua bastante e vira uma defesa à quatro. Além disso, traz dois dos atacantes para ajudar no meio-campo e fica só o Diego Milito na frente. Então ele também reveza muito, às vezes sai o Criscito e sai o Boccheti. Fica o Mesto e o Rossi, sai o Piava. Alterna muito todas essas coisas.

Terra - Com esse esquema ofensivo, aliás, vocês têm a melhor média defensiva depois de Inter e Milan, não?

Rubinho - É uma mescla. O Biava e o Ferrari são experientes. Um veio da Roma, já o Biava tem seus 32 anos e já jogou em alguns times italianos. Temos a juventude do Criscito e do Boccheti, então tem uma mescla e acaba equilibrando as coisas. Isso faz com que a gente tome poucos gols e tenha muita atenção. É difícil fazer gol na gente e os gols que tomamos, muitas vezes, são mérito do adversário.

Terra - Mas o goleiro também é bom, não é?

Rubinho - (risos). É, dou minhas contribuições.

Terra - Por que há tanta identificação dos torcedores com o Diego Milito?

Rubinho - Na primeira passagem que ele teve, foi muito bem. Ficou por um ano e meio e fez quase 50 gols. Isso marcou muito para os torcedores, porque foram muito gols em pouco tempo. E ele é um ótimo jogador.

Depois, quando o presidente o trouxe de volta, pagou por isso da melhor forma possível. Vem fazendo gols e jogando muito bem. A identificação com a torcida é muito forte e, mesmo se ele não joga, o pessoal grita o nome dele e pede pela recuperação. Eu diria até que é mais que um ídolo aqui.

Terra - O Thiago Motta chegou após várias temporadas sem jogar com regularidade e visto com desconfianças. Por que ele deu a volta por cima na Itália?

Rubinho - É como você falou. Veio pra cá e os olhares eram de gente que não acreditava. Estava há um ano parado, com vários problemas no joelho, o que é sempre preocupante. Ele ficou meio desacreditado, não estava muito bem, mas devagarzinho ele conseguiu se recuperar fisicamente. Pegou um ritmo e um condicionamento muito grande e, para nós, é tão importante quanto o Milito.

Terra - Você está no clube desde a segunda divisão. Há uma identificação muito grande com o Genoa?

Rubinho - Desde quando eu cheguei, me encontro muito bem. A torcida aqui é uma das mais fanáticas e respeitadas da Itália. Desde a Série B, éramos a equipe que, depois da Juventus, era a mais temida. Colocávamos de 30 a 35 mil pessoas por jogo e todos temiam muito.

Eu cheguei devagarzinho, busquei meu espaço, virei titular absoluto na Série B e tudo foi conseqüência de um trabalho. O Gasperini (treinador) foi muito bem na segunda divisão e, quando subimos, fizemos um campeonato muito bom para quem veio para a elite. Ficamos entre a sétima e a oitava posição, terminamos em décimo.

Esse ano, com uma programação bem feita, nós estamos onde estamos. A identificação foi legal e como eu estava acostumado com a torcida no Brasil, que cobra, aqui foi sossegado e pude entrar e jogar. Aqui você é julgado de outra maneira, por ser um estrangeiro. Até pegar a confiança da imprensa, não foi fácil, mas hoje estou bem respeitado.

Com Rubinho no gol, Genoa é quarto colocado no Italiano e dá trabalho
Com Rubinho no gol, Genoa é quarto colocado no Italiano e dá trabalho
Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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