"Quero fazer história aqui como Zidane", diz Kaká

30 jul 2009 - 16h30

(atualizado às 18h52)

Kaká, que por causa da Copa das Confederações só iniciou seus treinamentos no Real Madrid na última segunda-feira, segue se preparando para a temporada no novo clube e não participará da partida semifinal da Copa da Paz, contra a Juventus, nesta sexta-feira.

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Nesta quinta, o jornal esportivo espanhol AS publicou uma entrevista com o meio-de-campo brasileiro, que falou sobre as suas expectativas em seu mais novo desafio.

Confira abaixo os principais trechos:

Qual é a sua sensação agora que pôde digerir que é um jogador do Real Madrid?

Uma sensação excelente. Fui muito bem recebido por todos os meus companheiros, além da comissão técnica e dos funcionários do clube. É muito mais do que eu esperava.

O que encontrou quando entrou no vestiário do Real pela primeira vez?

Meu primeiro encontro com todos os companheiros foi no último domingo, na noite da partida contra o Al-Ittihad, pela Copa da Paz. Estive no estádio e todos se aproximaram e me desejaram muita sorte em minha nova etapa profissional. Já conhecia alguns deles, como Marcelo, Cristiano Ronaldo e Raúl. Mas foi fantástico o encontro com todos.

E seu primeiro treinamento? Como foi?

Foi tudo com muita normalidade. me juntei primeiro com os que já conhecia antes. Conversei com Marcelo, Pepe, Cristiano Ronaldo... Também estive com Albiol e Casillas, que, assim como eu, foram os últimos a chegar.

Imaginava que iria jogar com Cristiano Ronaldo, Benzema e outros muitos no Real?

Pensei, mas não apenas com eles. A maior sensação foi a de assinar com o Real Madrid. É o clube mais importante e aqui posso compartilhar do vestiário com magníficos jogadores. Estou feliz e satisfeito por tudo o que representa o Real.

O Real lhe ofereceu a camisa 5 de Zidane. Por que não aceitou?

Não é porque foi o número de Zidane, mas porque, para os brasileiros, esta camisa é de um jogador mais defensivo, assim como na Argentina. Assim, preferi ficar com a 8, número que usei no meu início no São Paulo.

Zidane foi muito importante para o clube por sua elegância dentro e fora de campo. E você vai ter que suportar esta comparação. Será pesada esta responsabilidade?

Zidane foi um ícone da História do futebol mundial, tanto com a França como com o Real Madrid. Mas ele está em outro nível porque fez história ao longo de toda a sua carreira. E eu ainda não cheguei neste nível. Já a comparação não me incomoda, é algo normal. Não é a primeira vez que isso acontece comigo. em todos os lugares em que joguei, sempre me compararam com ele. Aqui em Madri, espero tê-lo como exemplo e fazer História como ele fez no Bernabéu. Para mim, seria o mais importante.

Quando estreará com a camisa 8 do Real?

Acredito que seja contra o Toronto FC, em amistoso que jogaremos no dia 7 de agosto. Esta é a ideia. Acabo de voltar de férias e, segundo a programação que me passaram, será lá no Canadá mesmo.

O que espera em seu primeiro ano no Real?

Espero ganhar títulos com o Real e o mais importante é o da Liga dos Campeões. A final desta temporada será no Bernabéu e isso é uma motivação extra. Sei que é difícil, mas tenho grande desejo de conquistá-la em casa. E também quero a Liga Espanhola.

Com a Tríplice Coroa do Barcelona, os torcedores do Real estão mais impacientes por títulos. Será uma pressão a mais?

Ganhar títulos é uma pressão e uma responsabilidade para os grandes clubes. Creio que é uma exigência normal para um jogador de uma grand eentidade.

A chegada de Ronaldo em 2001 ao Real também gerou muita expectativa. Pôde falar com ele estes dias?

Sim, claro. Mas não conversei apenas com ele e sim com outros companheiros que já jogaram aqui, como Roberto Carlos, Robinho, Beckham e Júlio Baptista.

E o que disseram?

Todos falaram muito bem do clube. Ninguém me disse coisas ruins, apenas que o Real é impressionante. Dizem que é diferente de jogar em qualquer outro lugar. No caso do Ronaldo, lhe digo que ele foi um pai para mim na Seleção, desde que fui convocado em 2002. Naquele Mundial, eu era como o seu filho pequeno, que me cuidava sempre. Por isso, tenho um carinho especial por ele, que me ajudou muito a tomar a decisão de vir para cá.