Após alívio por derrota em Pequim, Mayra diz lidar melhor com pressão
- Giuliander Carpes
- Direto do Rio de Janeiro
Ela ainda não é uma veterana. Longe disso. Mas a judoca Mayra Aguiar, 20 anos, se considera mais preparada para lidar com as pressões de uma Olimpíada do que há quatro anos, quando disputou os Jogos de Pequim.
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E a pressão só aumentou. Quatro anos atrás, Mayra não passava de uma promessa que podia surpreender. Hoje a perspectiva de ganhar uma medalha é real - a gaúcha é a atual número 1 do ranking dos meio-pesados (até 78 kg) e vice-campeã do mundo em 2010.
"Por toda a simbologia, a Olimpíada acaba sendo uma competição de muita pressão. O fator psicológico vai prevalecer. Não vou chegar lá me achando só porque sou a número 1 do mundo. Tenho tantas chances quanto minhas principais rivais", afirmou, humilde, a judoca.
"É claro que é algo histórico, que vou levar por minha vida toda, ter chegado ao primeiro lugar do ranking, mas tento levar a pressão pelo lado positivo. Claro que vai haver pressão, mas procuro transformar em incentivo", continuou.
Em Pequim, Mayra confessa que viveu um pesadelo. Não via a hora da competição acabar - no caso dela, já na primeira luta. Agora, a expectativa é diferente. Mesmo que chegue com um suposto favoritismo, a judoca brasileira está mais preparada para tirar de letra a pressão.
"A diferença agora é a maturidade. Não estou velha, tenho só 20 anos, mas faz bastante diferença em relação a Pequim, quando eu era apenas uma criança. Evoluí bastante na questão da experiência. Não sabia administrar direito a pressão na minha primeira Olimpíada. Só queria que a competição acabasse. Não parei de chorar quando acabou e me livrei daquele peso", lembrou.
"Quando perdi, a sensação foi de alívio e não de tristeza. Eu pensava que finalmente conseguiria treinar tranquila, competir direito. Agora me sinto mais preparada e venho fazendo um trabalho para chegar forte psicologicamente. Agora a pressão é muito mais forte, mas estou lidando melhor com ela", disse Mayra.
A vitória ou a derrota em Londres virá no detalhe, acredita. "Existe muito estudo, principalmente no topo. As rivais me estudam bastante e marcam bem meu jogo. Estou treinando formas de diversificar minha pegada para que possa surpreendê-las", contou.
A Seleção Brasileira de judô treina até sexta-feira no Instituto Reação, no Rio de Janeiro. No dia 16, embarca para a Inglaterra, onde fará aclimatação em Sheffield. As competições olímpicas da modalidade começam no dia 28.
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