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Algoz de 100% do Palmeiras nasceu sob ordens de Brunoro; veja entrevista
Homem forte do Palmeiras durante a fase dourada com a Parmalat a partir de 1993, José Carlos Brunoro voltou ao futebol em 2003 com um projeto diferente: a serviço de Pedro Paulo Diniz na Fórmula 1, Brunoro foi convidado pelo pai, Abílio, para criar um clube de futebol. Eram três focos para o Audax, então chamado de Pão de Açúcar: esportivo, evidentemente financeiro, mas também social, com foco sobre jogadores jovens. Os resultados apareceram.
Outra década depois, Brunoro deixou o Audax para trabalhar na reconstrução do Palmeiras, mas o clube cresceu, chegou na Série A-1 e reencontrou seu criador no último domingo: já negociado para um novo grupo e chamado Grêmio Osasco Audax, foi responsável por colocar fim aos 100% de aproveitamento da equipe palmeirense. Empate por 1 a 1 no Pacaembu.
José Carlos Brunoro, já do outro lado, dá suas impressões sobre o Audax nesta entrevista ao Terra. Faz críticas, por exemplo, à venda executada pelo Grupo Pão de Açúcar, e destaca as dificuldades de trabalhar nas categorias de base e concorrer com os clubes grandes pelos jogadores mais talentosos.
O momento do Audax Osasco
"Estou feliz com a campanha em São Paulo. Tenho um xodó pelo Audax, eu brinco, pela criação do clube lá atrás, colocando uma mentalidade totalmente profissional. A equipe tem feito um papel bacana, tem conduta dentro do campeonato que é muito legal, jogando de igual para igual com todos. Tem sido inovador o sistema de jogo do Fernando Diniz. É algo que vem lá de trás, foi mantido e a sequência tem sido muito boa. Tem jogadores que estavam com a gente e estão jogando bem"
"Quando me pediram para criar o projeto do Audax, abandonei algumas coisas para tentar mostrar ao futebol que poderia começar pela base e depois ao profissional, o que daria sustentação. Fomos muito felizes. Em oito anos, estava na primeira divisão de São Paulo e Rio, de modo estritamente profissional e dentro do orçamento que nos foi passado.
No Palmeiras tenho muitas coisas disso na cabeça, principalmente da base, queremos sim traduzir isso no Palmeiras. Fizemos isso no Audax e não poderia desperdiçar porque foi bem sucedido. Em pouco tempo, brigamos de igual para igual com todos da base no Brasil e isso foi importante para clube sem uma marca muito forte. Conseguir jogadores era um problema no Audax, trabalhávamos com a demanda reprimida dos grandes. No Palmeiras, todos jovens querem jogar. Essa lacuna, talvez, era do apelo da camisa"
A criação do projeto
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"O Abílio Diniz sonhava com um projeto diferente no futebol. Eu falava com o Pedro Paulo Diniz na Fórmula 1 e o Fernando Solero (veio a ser presidente do Audax) me chamou para ver o que a gente podia fazer no futebol. Tinha um projeto para o social, esportivo e financeiro e foi aprovado no Grupo Pão de Açúcar. Fizemos uma grande peneira para poder selecionar os garotos, com quase 70 mil garotos, uma coisa inédita, estruturada e bacana"
A venda para o Grêmio Osasco
"Eu tinha saído antes para o projeto do Palmeiras. Fiquei bastante chateado (pela venda), porque era o momento de colher frutos. Acho que perderam dentro do Grupo (Pão de Açúcar) esse momento, independente das filosofias de cada administrador. Era o momento de colher frutos na área técnica, pois na financeira e na social vinha há muito tempo. Se estancou o que, naquele momento, teria sucesso com a visibilidade (da Série A)"
O limite para o Audax
"O projeto nosso era chegar à Série D e fazer o mesmo crescimento dos campeonatos regionais. Acredito que o Grêmio Osasco deve pensar dessa maneira, porque pulou etapas. Vai buscar a vaga na Série D, é um grande objetivo"
