T. Pereira admite "falta de força" e mira mudança por pódio olímpico

Danilo Vital

Direto de São Paulo

Ao mesmo tempo em que é o recordista de medalhas de ouro da história do Brasil em Pan-Americanos, Thiago Pereira luta contra uma outra estatística que o persegue: ele não conseguiu subir ao pódio nas duas edições de Olimpíada das quais participou. Buscando encerrar o jejum, o nadador admite que "falta mais força" física e promete mudar o foco dos treinamentos nos próximos anos.

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"Esse é um detalhe que tenho deixado de lado nos últimos anos. Falta mais força, falta pegar mais água, puxar mais. Vou trabalhar isso para os próximos anos", afirmou Pereira, adiantando que passará a treinar mais a parte física.

Nesta segunda-feira, ele concedeu entrevista no auditório do Parque São Jorge, no Corinthians, e recebeu do presidente do clube, Andrés Sanchez, uma camisa do time com seu nome e a inscrição "Mr. Pan" estampados nas costas. O nadador ganhou seis medalhas de ouro no Pan-Americano de Guadalajara e totalizou doze na história do evento, recebendo o apelido o qual disse aprovar.

Embora tenha no pódio olímpico um objetivo de sua carreira, o brasileiro, 25 anos, não lida com isso como uma obsessão. "Faz anos que eu estou entre os cinco melhores do mundo. Tirando três caras não tem ninguém que me vença no mundo. Tenho que estar feliz, mas sempre pronto para me superar", disse, mandando um recado aos críticos.

Os "três caras" a que se refere Pereira são os americanos Michael Phelps e Ryan Lochte e o húngaro Laszlo Cseh. Na Olimpíada de Atenas 2004, o brasileiro ficou na quinta posição dos 200 m medley, atrás dos rivais e também de George Bovell, de Trinidad e Tobago. Na mesma prova, porém em Pequim 2008, o fluminense subiu para quarto, batido exatamente pelos três citados; nessa edição dos Jogos ele ainda terminou no oitavo lugar a final dos 400 m medley - os primeiros colocados foram novamente Phelps, Lochte e Cseh.

Thiago, que também vive a sina de não conquistar medalhas em Campeonatos Mundiais de Esportes Aquáticos organizados em piscina longa, ficou em quarto lugar no evento de 2009, em Roma, tanto nos 200 m quanto nos 400 m medley. Novamente foi superado por Lochte e Cseh e também pelos americanos Eric Shanteau (na primeira) e Tyler Clary (na segunda).

Dedicando-se a provas mais curtas, Phelps não competiu nesse Mundial e nem no de 2011, em Xangai. Na China, Pereira decepcionou com o sexto posto na distância mais curta e nem chegou à final na mais longa, mas espera mudar o cenário com o novo foco em trabalhos físicos. Ele terá alguns dias de folga e na próxima semana já volta a Los Angeles para retomar os treinamentos. A maior parte de sua preparação é feita nos Estados Unidos, enquanto que os treinos no Corinthians são esporádicos.

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