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Entre polêmicas e pérolas, Juvenal deixa SP após 8 anos

17 abr 2014 - 08h18
(atualizado às 08h21)
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Juvenal deixa comando do São Paulo após três mandatos
Juvenal deixa comando do São Paulo após três mandatos
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Após oito anos, enfim chegou ao fim a gestão de Juvenal Juvêncio no São Paulo. O presidente deixou o cargo na noite desta quarta-feira, quando Carlos Miguel Aidar venceu pleito realizado no Morumbi. E, agora, o novo dirigente - que concedeu entrevista exclusiva ao Terra na semana passada - terá a missão de substituir um mandatário que fez história no time tricolor com o tricampeonato brasileiro, além de polêmicas nos bastidores e muitas frases de efeito.

Juvenal assumiu o São Paulo em 2006, pegando nas mãos justamente o atual campeão do mundo, em título conquistado no Japão contra o Liverpool. E sua missão era nada menos do que manter o clube tricolor no topo do futebol. E, logo de cara, o presidente mostrou que era pé-quente. Levou o clube ao tetracampeonato brasileiro, o primeiro de uma série de três canecos consecutivos que entraram para a história.

Campeão nacional em 2006, 2007 e 2008, o São Paulo ganhou na gestão Juvenal o rótulo que lhe acompanha até os dias de hoje: "soberano". Assim, o time tricolor se fortaleceu ainda mais e elevou também seu status de clube top de linha. Com os CTs da Barra Funda e de Cotia em alta, a equipe do Morumbi se lançava bem à frente dos rivais. O centro de formação de atletas de Cotia, por exemplo, virou referência.

A gestão Juvenal ainda trouxe ao São Paulo uma impressão de saúde financeira, motivada também pela fama de "bom vendedor" adquirida ao clube. Lucas saiu para o Paris Saint-Germain por R$ 116 milhões. Além dele, Hernanes, Marlos, Diego Lugano, Ilsinho e Josué foram alguns dos que saíram por valores altos. 

Por outro lado, o São Paulo de Juvenal também será lembrado pelas polêmicas. Atritos públicos com o Corinthians e seu ex-presidente Andrés Sanchez e oposição ao poderoso Ricardo Teixeira na CBF são só algumas citações. A troca de treinador também virou frequente: Muricy Ramalho, Ricardo Gomes, Sergio Baresi, Paulo Cesar Carpegiani, Adilson Batista, Emerson Leão, Ney Franco e Paulo Autuori passaram pelo Morumbi na gestão.

Os erros de contratação foram igualmente marcantes. Saavedra, Wagner Diniz, Jean Rolt, Adrian Gonzalez, Francisco Alex, Eduardo Costa, André Lima, Andre Luis, Carleto, Samuel, Cleber Santana, Léo Lima, Juan, Edson Ratinho, Rivaldo, Cañete, Cortez, Fabrício, Paulo Assunção, Clemente Rodríguez, Roger Carvalho, Caramelo, Roni, Negueba, Wallyson e Silvinho são só poucos nomes que deixaram a desejar com a camisa tricolor.

Mas, sem dúvidas, o que mais ficará marcado de forma negativa ao longo dos oito anos de Juvenal Juvêncio no clube será a perda do Morumbi como palco de estreia da Copa do Mundo de 2014. Enquanto isso, o arquirrival Corinthians ergue uma arena que abrigará a abertura do torneio, e o Palmeiras faz um estádio moderno sem investimentos públicos. A obra de cobertura do Morumbi, orçada em R$ 460 milhões, jamais saiu.

Relembre algumas das melhores frases de Juvenal Juvêncio no São Paulo:

"Quando me pergunta se estou com medo, digo que falaram muito do (Edson) Lapolla (candidato da oposição na última eleição). Hoje não vejo falar mais, por que será? Recebeu os sete votos e os outros foram meus!" - disse em 2012 sobre o antigo candidato da oposição

"Como chama o treinador que foi para o Vasco? Dorival Júnior. Dizem que ganhava R$ 800 mil no Flamengo e foi ganhando R$ 300 mil no Vasco. Dizem que é verdade" - afirmou em 2012 sobre os bastidores do futebol

"Eurico (Miranda) me disse uma vez: 'vocês paulistas tem uma mania grave, essa mania de pagar as coisas'" - afirmou em 2012 sobre as práticas no futebol

"Torcida é paixão. Administração é razão" - disse na apresentação de Paulo Autuori, ao explicar porque não atendeu os pedidos da torcida para contratar Muricy Ramalho

"O sol, o céu e a chuva, é dantesco, às vezes cansa" - disse em 2011 exemplificando porque alguns jogadores se cansam da rotina

"Os atletas ganham e os cartolas perdem. Essa é uma dinâmica desde a Princesa Isabel" - afirmou em 2011 sobre as críticas à administração do São Paulo

"Me dê um segundo somente para ver o que está posto neste papel" - em ocasião histórica em 2012, enquanto se preparava para listar os treinadores do Corinthians a partir de 2003

"O problema do Andrés é o mobral inconcluso. Quando ele concluir isso, vai dar uma melhorada. Infelizmente, o mandato está acabando e não vai dar tempo de ele arrumar agora. Ele precisa estudar um pouco mais. Eu jamais votaria nele para presidente da CBF. Nem para presidente da Fiel" - ao responder sobre os motivos que levam o corintiano Andrés Sanchez a falar muito do São Paulo

"Ele (Andrés) tem medo do São Paulo. É preciso desestabilizar para que não possamos chegar (na disputa pelo título brasileiro). O problema do Andrés é o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) inconcluso" - mais uma vez zombando da escolaridade de Andrés Sanchez, eterno desafeto

"As declarações, as posturas, havia uma repetição disso, a mesma ladainha, nada mudava. Sabia que precisava fazer algo e durante a madrugada me deu um estalo e pensei: 'vamos demitir o técnico" - sobre o treinador Paulo Autuori, em 2013, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo

"Você precisa resolver com o que está aí. Bota esses caras para 'jambrar'; tem que olhar no fundo do olho do caboclo, entrar dentro dele" - em afirmação em 2013 para Paulo Autuori 

"Futebol não é para virgens" - sobre a Ponte Preta, ao não concordar com a segunda semifinal da Copa Sul-Americana no estádio Moisés Lucarelli, em 2013

"A oposição nem existe. Vamos ver se aparece alguém. E, depois, vamos ver quantos votos ele fez" - rebatendo críticas da oposição de que seria ditador, em 2011

Elenco do São Paulo faz homenagem a Juvenal Juvêncio:
"Durante pelo menos 20 anos esse clube respirará uma coisa chamada Juvenal Juvêncio" - agora em 2014, durante eleição do Conselho Deliberativo

"Aqui na casa, sou um Padre Cícero. Vocês (jornalistas) metem o pau lá fora, mas os caras aqui não ouvem. Eles acreditam no que estão vendo, não no que vocês falam" - de novo em 2014, durante eleição do Conselho Deliberativo

"Ele está criando fatos para ver se desestabiliza o São Paulo. Ao falar que o Dagoberto pode ir para outro lugar, ele não quer desestabilizar o jogador apenas. Ele faz isso porque não tem medo do Vasco, não tem medo do Flamengo, não tem medo do Fluminense. Ele tem medo do São Paulo" - de novo rebatendo Andrés Sanchez, que disse na ocasião que Dagoberto estaria deixando o clube

"Proponho então uma troca com eles. Se eles mandarem o segundo jogo em uma cidade que não tenha altitude, a gente coloca a  primeira partida num estádio à escolha deles aqui" - ao rebater acusações do Bolívar de que o Morumbi não oferece condições de jogo, depois da vitória por WO contra o Tigre

"Ele acabou chegando à CBF pelo sogro (o ex-presidente da Fifa, João Havelange). Tem gente que diz até que ele foi bom, trouxe a Copa, etc. Mas eu acho que o Ricardo não é um homem do futebol. A partir daí, eu entendo que ele se foi. Não é agora que a gente vai falar dele porque ele se foi. A nossas posições eram diferentes quando ele era vivo, mas ele se foi" - afirmou em 2012, em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, pensando que Ricardo Teixeira tinha morrido

"Os jogadores do Atlético-MG se queixaram porque não tinha água quente. Fiquei sabendo no dia seguinte e sei que lá não tem esses equívocos. Fui atrás do engenheiro. O encarregado testou e estava tudo perfeito. Não achamos o defeito. Esvaziaram a caixa d'água para não ter água quente. Isso é coisa de alguém que fez, não fomos nós porque o vestiário é fechado" - afirmou, em entrevista à ESPN, durante disputa tensa das oitavas de final da Libertadores contra o rival mineiro

"O Leão precisa arrumar um emprego novo” - decretou em 2013 ao técnico Emerson Leão, em resposta às declarações de que precisava renunciar à presidência do São Paulo

Fonte: Terra
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