Federer minimiza dores e passeia na estreia do Aberto da Austrália
16 jan2012 - 08h23
(atualizado às 09h34)
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Depois de dar um susto ao abandonar o ATP 250 de Doha antes da semifinal da competição em 6 de janeiro alegando dores nas costas, Roger Federer tranquilizou seus fãs nesta segunda-feira. Em uma atuação segura, o suíço não deu mostras da lesão e passeou diante do russo Alexander Kudryavtsev, batido por 7/5, 6/2 e 6/2 em sua estreia pelo Aberto da Austrália.
Na partida, Federer só teve problemas no primeiro set, em que o placar se manteve equilibrado até o tenista finalmente derrubar o serviço do rival no 12º game. Na segunda parcial, o suíço dominou as ações desde o início, tendo a tarefa facilitada quando Kudryavtsev passou a sofrer com dores na coxa e solicitou atendimento médico em quadra.
No terceiro set, o russo chegou a quebrar o serviço do favorito quando perdia por 3/1, mas isso não impediu a vitória rápida, concretizada em uma hora e 38 minutos. Depois, em entrevista coletiva, o campeão de 16 Grand Slams diria que não sente mais dores nas costas.
Superado Kudryavtsev, tenista 172º colocado do ranking masculina oriundo do torneio qualificatório, Federer ainda se prepara para a segunda rodada. Seu próximo adversário é o alemão Andreas Beck, o 93, que venceu o francês Eric Prodon, o 96, por 3 sets a 1, com 6/4, 6/2, 4/6 e 7/5. O suíço já enfrentou o germânico, na segunda rodada do Aberto dos Estados de 2010, e venceu com tranquilidade, por 6/3, 6/4 e 6/3.
Antes de pensar em seu próximo compromisso, o número três do mundo comemorará a vitória desta segunda, a 60ª em sua carreira no Aberto da Austrália. O atleta, 30 anos, soma quatro conquistas em Melbourne (2004, 2006, 2007 e 2010). Ele tem ainda 62 êxitos no Aberto dos Estados Unidos (cinco títulos), 60 em Wimbledon (seis) e 49 em Roland Garros (um).
Campeão de Sydney desiste e cede vitória a Nalbandian
Já o argentino David Nalbandian foi beneficiado pela desistência do finlandês Jarkko Nieminen, campeão do ATP 250 de Sydney. Cansado pela campanha na semana anterior, em que disputou o qualifying e foi até a última partida da chave principal, o tenista europeu abandonou a partida quando o placar apontava 6/5 e 4/2 para o adversário.
Na segunda rodada em Melbourne, o ex-top 10 Nalbandian tem pela frente o americano John Isner, cabeça-de-chave 16 do primeiro Grand Slam do ano. Nesta segunda-feira, o gigante contou novamente com seu potente saque para derrotar o australiano Benjamin Mitchell por 6/4 , 6/4 e 7/6 (7-1).
O confronto direto aponta vantagem do argentino, que venceu os dois confrontos entre eles, no Masters 1000 de Cincinnati de 2010 e no ATP 250 de Auckland de 2011.
Comum no futebol, a "dança dos técnicos" é notícia constante também no tênis. O motivo pode passar pelo desgaste natural de viajar pelo circuito mundial por muito tempo ao lado da mesma pessoa, mas na maior parte das vezes a causa é a ausência de bons resultados. O escocês Andy Murray, o brasileiro Thomaz Bellucci e a dinamarquesa Caroline Wozniacki, por exemplo, começaram a temporada de 2012 com um novo treinador. Veja esses e outros jogadores que trocaram recentemente de comandante:
Foto: Getty Images
Após terminar 2010 como o 31º colocado do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Thomaz Bellucci encerrou uma parceria de duas temporadas com João Zwetsch e o substituiu por Larri Passos (à dir.). Com o ex-treinador de Gustavo Kuerten, o atleta, 24 anos, não conquistou títulos e, depois de fechar o ano passado na 37ª posição, passou a trabalhar com o argentino Daniel Orsanic. A parceria com o antigo comandante do argentino José Acasuso começou nesta semana
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Aos 24 anos, Andy Murray integra o grupo dos cinco melhores tenistas do planeta desde setembro de 2008. Na carreira, ganhou oito Masters 1000 e chegou a três finais de Grand Slam, mas não consegue quebrar o jejum britânico de 75 anos sem títulos nos quatro maiores torneios do mundo. Para dar o salto que falta, o jogador, que não tinha um técnico fixo desde julho de 2010, contratou o checo naturalizado americano Ivan Lendl (à esq.), antigo número um do mundo e ganhador de oito Slam
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Caroline Wozniacki, 21 anos, vive problema semelhante ao de Murray. Assumiu como a líder do ranking da WTA em outubro de 2010, soma 16 títulos na carreira, porém não consegue triunfar em um Grand Slam - seu melhor resultado foi o vice-campeonato do Aberto dos Estados Unidos em 2009. Em dezembro passado, ela nomeou o espanhol Ricardo Sanchez (à esq.), ex-orientador da sérvia Jelena Jankovic, sendo que antes trabalhava com seu pai, Piotr Wozniacki
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Após auxiliar apenas durante cinco meses em 2011 o sueco Robin Soderling, o italiano Claudio Pistolesi tem um novo desafio para 2012; em dezembro ele começou a orientar a eslovaca Daniela Hantuchova. A atleta, 28 anos, foi a quinta melhor do mundo em 2002 e tenta retomar o melhor momento, ocupando atualmente a 21ª posição da lista da WTA (Associação de Tênis das Mulheres)
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Jo-Wilfried Tsonga é outro grande nome do tênis que vem seguindo carreira solo. Após sete anos trabalhando com o compatriota Eric Winogradsky (à esq.), o francês, 26 anos, resolveu ficar sozinho a partir de maio de 2011. Na época, alegou querer recuperar sua "espontaneidade" como o motivo da decisão. Desde então, o sexto colocado do ranking cresceu, conquistando títulos em Vienna, Metz e Doha, sendo semifinalista de Wimbledon e vice do ATP Finals e do Masters 1000 de Paris
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Um dos homens que mais troca de treinadores é Marcos Baghdatis. Após ser dirigido pelo francês Guillaume Peyre (à esq., ex-Richard Gasquet) e pelo sueco Peter Lundgren (ex-Roger Federer), o cipriota montou uma parceria com o britânico Miles Maclagan (ex-Andy Murray) em julho do ano passado. O antigo número um juvenil e atual 43 no profissional confia na pré-temporada realizada ao lado do novo técnico para voltar a brilhar no Aberto da Austrália, do qual já foi finalista em 2006
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Às vezes a troca de técnicos pode não representar uma verdadeira novidade. Svetlana Kuznetsova, por exemplo, recontratou em dezembro Olga Morozova, com a qual já havia trabalhado em 2008. A treinadora, que já comandou também Elena Dementieva, tentará fazer a russa, 26 anos, viver de novo os seus melhores momentos: a experiente jogadora foi campeã do Aberto dos EUA em 2004 e de Roland Garros em 2009, mas ocupa atualmente o 19º lugar do ranking e no ano passado não ergueu troféus
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Há também aqueles jogadores que preferem trabalhar sozinhos, como no caso de Stanislas Wawrinka. O suíço, 26 anos, foi comandado entre 1993 e 2010 por Dimitri Zavialoff e, após encerrar o contrato, permaneceu com o sueco Peter Lundgren entre agosto de 2010 e setembro de 2011. Repetindo uma atitude que Federer já fez, o número 23 do mundo inicia a nova temporada sem treinador
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Ex-número um do mundo, Ana Ivanovic ocupa atualmente o 22º lugar do ranking e também aposta em uma mudança para retomar os rumos de sua carreira. Em julho, ela contratou o ex-tenista britânico Nigel Sears, que havia quatro temporadas trabalhava na Associação Britânica de Tênis e era capitão do país na Fed Cup. Depois disso, a sérvia, 24 anos, venceu o Torneio de Bali, contudo seguiu com um desempenho discreto nos eventos maiores
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Atual vencedora do Aberto da Austrália, Kim Clijsters chegará a Melbourne neste ano com um novo comandante. A belga, 12ª colocada da lista da WTA, trocou Wim Fissette (à esq.) pelo ex-capitão da Bélgica na Fed Cup, Carl Maes. Curiosamente, a decisão foi oficializada no fim de setembro e desde então a tenista mal entrou em ação: com dores no músculo abdominal, ela perdeu o fim da última temporada e retorno às quadras na última semana, em Brisbane
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Quem se acostumou a ver Gael Monfils viajando pelo circuito ao lado do australiano Roger Rasheed (à esq., ex-Lleyton Hewitt) desde 2008 se surpreendeu em julho. O francês, 25 anos, passou a ser dirigido por Patrick Chamangne, antes apenas o seu preparador físico. Chamangne assumiu dizendo que o pupilo tem "um potencial maior" que o de Rafael Nadal. Coincidentemente, Monfils, que já foi top 10 e atualmente é o 15º colocado do ranking, bateu o espanhol há uma semana, em Doha
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Nicolas Almagro, 26 anos, entrou no top 10 da ATP pela primeira vez em 2011. Mesmo assim, está iniciando um acordo com o técnico Samuel López, também espanhol. Após quase três anos, o tenista deixou José Perlas, ex-Carlos Moyá e Janko Tipsarevic, em outubro passado
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Campeã de Roland Garros em 2010, Francesca Schiavone, 31 anos, prefere trabalhar sem um técnico fixo. Em dezembro, a italiana, número 11 do mundo, anunciou Francesco Elia, marido da ex-tenista italiana Silvia Farina, como seu novo comandante para a temporada de saibro. No restante do ano, Schiavone seguirá sendo ajudada esporadicamente pelo argentino Luis Delgado, o que faz desde 2008
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Se Feliciano López atingiu o 19º lugar do ranking mundial, o melhor da carreira, somente aos 30 anos, muito disso se deve a seu novo treinador. O espanhol assinou há sete meses com Alberto Berasategui, vice-campeão de Roland Garros em 1994, e a partir de então melhorou seus resultados, chegando à semifinal do Masters 1000 de Xangai e às quartas de final de Wimbledon
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Após ser auxiliada pelo espanhol Ricardo Sanchez (atualmente com Wozniacki) rumo à ponta do ranking mundial em 2008, Jelena Jankovic virou adepta da "dança dos técnicos". Ela começou 2011 ao lado do ex-tenista romeno Andrei Pavel, mas desmanchou a parceria durante o ano e passou a viajar sozinha. Em dezembro, divulgou um acordo com o alemão Henner Nehles tentando reencontrar o melhor tênis, visto que aos 26 anos caiu para a 14ª posição da lista da WTA
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A tática de utilizar dois treinadores foi a escolhida pelo argentino Juan Mónaco. Em julho passado, o argentino iniciou uma colaboração com o compatriota Mariano Zabaleta (que parou de jogar em 2009) e com o rodado espanhol José Clavet (ex-Carlos Moyá, Fernando Verdasco, Álex Corretja e Tommy Robredo). A partir de então, o tenista, 27 anos, saiu da 43ª posição do ranking para a 27ª