Bronca de Felipão indica mais cobrança e testes no time base

A irritação de Luiz Felipe Scolari com o desempenho da Seleção no treino do último domingo, na Granja Comary, colocou fim a uma semana em que a principal preocupação do treinador era manter o time saudável fisicamente e mentalmente para a sequência da preparação para a Copa do Mundo. Como evidenciou ao dar broncas e corrigir com veemência o time na última atividade da semana em Teresópolis, o tom de cobranças irá aumentar a partir de agora.

O jogo contra o Panamá, na próxima terça-feira, em Goiânia, às 16h (de Brasília), será o primeiro real teste de popularidade da Seleção pensando no Mundial. E Felipão não quer perder a sintonia conquistada durante a campanha do título na Copa das Confederações. Ainda mais porque, na sequência, o amistoso contra a Sérvia e a estreia diante da Croácia serão em São Paulo, cidade conhecida por sua alta exigência com a Seleção.

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A insatisfação de Felipão, apesar de ser manifestada quando um time titular já bastante modificado estava em campo, também abre possibilidade para possíveis alterações no seu time base. O meia Willian teve atuação bastante elogiada e é a "boa dor de cabeça" que pode fazer o técnico mudar o time campeão da Copa das Confederações, que treinou apenas uma vez nesta semana.

Felipão apertou o ritmo com coletivos no último fim de semana e irá apertar a concentração para a Copa do Mundo ao voltar para a Granja Comary depois dos dois amistosos. Existe a preocupação com o assédio em cima da Seleção e que um possível clima de oba-oba vindo de fora interfira em campo.

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Passaram pela local de treinamento da Seleção nesta primeira semana celebridades e humoristas. O apresentador Luciano Huck, por exemplo, gravou um quadro para seu programa em meio ao treino da Seleção. No sábado o sambista Mumuzinho, do programa Esquenta, almoçou e cantou com os jogadores depois de ficar gritando o nome deles à beira do campo. Um dia antes, a programação do dia foi atrasada pela visita do presidente José Maria Marin e por seu sucessor Marco Polo Del Nero.

Felipão testa, com aval da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), uma preparação que mescle o que foi vivenciado em 2010 e 2006. Não quer tornar a Seleção antipática como aconteceu com Dunga na última Copa, mas quer evitar o clima de oba-oba que ajudou a explicar o fracasso em 2006.

Foi construída na Granja Comary uma pequena arquibancada para receber convidados, patrocinadores, familiares e seletos grupos de fãs que vão ser sorteados ao longo da próxima semana. Nenhum treino foi fechado, mas houve um acordo com as emissoras para que fossem evitadas transmissões de atividades integrais ao vivo, como ocorreu em 2006.

Neste clima, a primeira semana de treinamentos da Seleção terminou com um domingo de Sol em Teresópolis e muitos torcedores na porta de entrada da Granja Comary tentando ver os astros. A empolgação foi a mesma quando o time deixou a concentração rumo ao aeroporto, de onde embarcou para Goiânia.

Do lado de dentro, enquanto Felipão esbravejava com os jogadores e pedia mais atenção, muitas das câmeras estavam voltadas para Bruna Marquezine, o filho de Marcelo e os netos de Parreira, que também acompanharam a atividade.

Já no final, quando Neymar ia cobrar um escanteio, crianças correram em direção ao jogador, incentivados por seus pais, e chegaram muito perto de atrapalhar o treino, testando o limite desta relação tão difícil de se chegar a um equilíbrio.