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Campeonato Paranaense

Com R$ 63 milhões em dívidas, Paraná vive guerra política

Grupo denominado "Paranistas do Bem" pede renúncia de Rubens Bohlen, que está irredutível em sair

6 mar 2015 - 19h26
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Presidente paranista está isolado no cargo, sem apoio dois vice-presidentes
Presidente paranista está isolado no cargo, sem apoio dois vice-presidentes
Foto: Paraná Clube / Divulgação

A crise nos bastidores do Paraná Clube fica a cada dia mais evidente. Enquanto um grupo de 10 torcedores tenta assumir, o presidente Rubens Bohlen garante que continua no cargo até o final do seu mandato, em dezembro deste ano.

Na quinta-feira aconteceu a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, na sede social da Kennedy, que poderia contar com algumas decisões. Em vão. A maior revelação do encontro foi da dívida paranista, que é de R$ 63 milhões. 

Quem tem mais a receber é o empresário Léo Rabello, da empresa Systema, que fez a negociação do meio-campista Thiago Neves. O débito de R$ 30 milhões chegou a ser parcelado em duas oportunidades, mas o clube paranaense não cumpriu nenhuma. Assim, a decisão foi colocar o CT Ninho da Gralha como garantia, no valor de R$ 14 milhões. O local está penhorado no momento.

Outras duas dívidas deste montante chamam a atenção. Uma é a ação da empresa Base, que ajudou a construir o Centro de Treinamento de Quatro Barras em 2008, e teve o rompimento com o Paraná há dois anos e cobra R$ 10 milhões na Justiça. A outra é com o Banco Central, devido ao não pagamento de impostos nas transferências de jogadores para o exterior nos anos 90, que está em R$ 12 milhões. Do montante total da dívida, 73% correspondem a apenas 10 credores. 

Esse detalhamento foi feito através de uma auditoria externa, que não foi paga pelo clube, para mostrar a real situação paranista. Mesmo com as antigas gestões reclamando do “legado” que receberam, nenhum presidente sabia dizer exatamente o tamanho do rombo nos cofres tricolores. Por isso, torcedores e conselheiros bancaram tal ato.

Um exemplo deste vazio na dívida aconteceu em maio de 2013, na venda da sub-sede do Tarumã. A diretoria decidiu leiloar o local, que virou de solução a problema na vida do Paraná, com a promessa de montar um time forte e sanar todo o débito. De fato, o time paranaense não conseguiu o acesso, mesmo ficando perto, e viu toda a grana ser gasta para pagamento de INSS, tributos, dívidas trabalhistas, entre outros. Apenas um pequeno valor foi liberado pela juíza para caráter de salários. Com isso, a lição foi aprendida.

Mesmo com pedido de união, Conselho Diretor do Paraná está rachado
Mesmo com pedido de união, Conselho Diretor do Paraná está rachado
Foto: Paraná Clube / Divulgação
Guerra política

Além de apresentar esse trabalho minucioso, a reunião desta semana também serviria para o grupo “Paranistas do Bem” apresentarem seu projeto de injetar R$ 4 milhões até o final do ano, com 10 pessoas investindo R$ 40 mil – um a cada mês. Para isso, exigiam a renúncia do presidente Rubens Bohlen.

O mandatário paranista, que estava no Rio de Janeiro para apresentar uma proposta de melhor distribuição para os times da Série B, não compareceu.  Rodrigo Vissotto, presidente do Conselho Deliberativo, Benedito Barboza, presidente do Conselho Consultivo, e Thiago Oliveira, presidente do Conselho Fiscal, pretendiam marcar uma reunião para esta tarde e retificar o pedido de saída, sem renúncia, e contando com a ajuda nesse processo de união.

Entretanto, Bohlen alegou problemas particulares e um encontro com um banco para justificar a ausência. O dirigente também já avisou que não vai se encontrar neste final de semana, pelo menos neste sábado, com os representantes.

Assim, os 10 paranistas precisam adotar outra estratégia. Como o grupo tem presença de antigos presidentes, como Aquilino Romani, Aurival Corrêa, Professor Miranda e outros ex-dirigentes, o apoio maciço de conselheiros e torcedores não é como o esperado. Por terem manchado a história do Paraná durante os últimos anos, mesmo com o desprestígio de Bohlen na presidência, o “golpe” que o presidente acusa estar tomando não surtiu efeito imediato.

Luiz Carlos Casagrande virar presidente também não é visto com bons olhos, mesmo que o grupo alegue ser uma questão estatutária. O fato é que Casinha, que tem a última palavra internamente há anos, também está envolvido em encontros para assumir o Paraná. O racha entre ele e o 2º vice-presidente Aldo Coser com Rubens Bohlen é claro. Nenhuma parte nega mais. A chance de renúncia de Casinha, junto com o atual presidente e Coser, que é uma exigência de Bohlen para sair, é impossível na atual conjuntura.

Fonte: PGTM Comunicação - Especial para o Terra PGTM Comunicação - Especial para o Terra
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