PUBLICIDADE

Surfe

Calma! Medina não desaprendeu a surfar e vai voltar a vencer

17 abr 2015 - 15h51
Compartilhar
Exibir comentários

Gabriel Medina não vive um de seus melhores momentos no surfe. Longe disso. Nono colocado no ranking, podendo ainda perder mais posições com o término da etapa de Margaret River, o atual campeão mundial sofre para engrenar na nova temporada e não sabe o que é ter um desempenho tão ruim desde 2013. Mas o que aconteceu com ele? A performance do ano passado foi sorte? Ele desaprendeu a surfar? Sentiu a pressão? O Terra tenta explicar a situação daquele que já pode ser considerado um dos melhores surfistas de todos os tempos do Brasil.

Não podemos crucificar o começo de temporada do brasileiro. É verdade que, com o título mundial, criou-se muita expectativa sobre o jovem de apenas 21 anos, mas os torcedores precisam ter um pouco mais de paciência com Medina. É óbvio que as precoces eliminações não agradaram, mas é preciso avaliar as circunstâncias de cada uma das três primeiras etapas para se chegar a alguma conclusão.

Medina ainda não engrenou depois de título mundial
Medina ainda não engrenou depois de título mundial
Foto: Instagram / Reprodução

Gold Coast

Na primeira etapa, na Gold Coast australiana, além de ser o único brasileiro a avançar diretamente para a terceira rodada, ele teve o melhor desempenho da rodada de estreia: passou por Wiggolly Dantas e Dane Reynolds com um somatório de 18,30.

Gabriel Medina foi eliminado da primeira etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT)
Gabriel Medina foi eliminado da primeira etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT)
Foto: Twitter / @wsl / Reprodução

Depois de a organização adiar por nove vezes seguidas o retorno da competição, Gabriel voltou para água contra Glenn Hall, e não teve sucesso. Apesar de surfar boas ondas, conseguindo uma pontuação até maior que o irlandês, o brasileiro acabou eliminado em por uma interferência polêmica. Os juízes alegaram que Medina atrapalhou Hall quando o rival era dono da prioridade. Os dois discutiram na água antes de a WSL anunciar que o atual campeão estava eliminado.

Na entrevista pós-bateria, Medina reclamou da interpretação dos árbitros, deu uma resposta atravessada para o adversário e ainda protestou contra a decisão de voltar para o mar com uma condição ruim das ondas. As declarações lhe geraram uma multa, que não teve o valor divulgado.

Gabriel Medina faz as pazes com Glenn Hall
Gabriel Medina faz as pazes com Glenn Hall
Foto: Instagram / Reprodução

Bells Beach

Gold Coast ficou no passado. Bola para frente: Bells Beach. Na segunda etapa, também na Austrália, Medina não se abalou com as polêmicas anteriores e, mesmo sem boas ondas, bateu os anfitriões Matt Banting e Joe Van Dijkc na primeira rodada. No terceiro round, avançou sobre o havaiano Mason Ho. Chegou na quarta parcial novamente contra dois australianos e, dessa vez, acabou superado por Joel Parkinson e Owen Wright. Foi sua primeira derrota, de fato, na temporada. Como não era uma fase eliminatória, teve a oportunidade de ressurgir, e o fez em alto nível. Encarou o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater e venceu após um duelo emocionante até os últimos minutos.

Brasileiro chegou à 4ª rodada em Bells Beach
Brasileiro chegou à 4ª rodada em Bells Beach
Foto: WSL / Divulgação

Dessa vez parecia que ninguém seria capaz de parar o atual campeão. Mas só parecia. Sua alegria acabou nas quartas de final, quando encarou Adriano de Souza. Mineirinho, como é conhecido, escolheu as melhores ondas e não deu chance para Medina. O compatriota ainda bateu Josh Kerr na semifinal e acabou empatando na decisão com Mick Fanning, perdendo o título nos critérios de desempate.

Margaret River

Gabriel Medina não teve sorte na primeira rodada da terceira etapa do Cicuito Mundial de Surfe. Ao lado do "anjo da guarda" Alejo Muniz - brasileiro que contribuiu diretamente com o título do ano passado e acabou sendo convidado para Margaret River - e de Freddy Patacchia Jr., o atual campeão não conseguiu ter um bom desempenho e foi vítima de um mar fraco e com poucas ondas aproveitáveis. Marcou apenas 3,96 e e foi superado pelo havaiando, que também teve uma pontuação baixa: 4,30.

Alejo Muniz teve participação fundamental na conquista do título mundial de Medina no ano passado
Alejo Muniz teve participação fundamental na conquista do título mundial de Medina no ano passado
Foto: Instagram / Reprodução

Na repescagem, pegou Jay Davies, australiano que nunca esteve na elite e que entrou como convidado nessa etapa. Perdeu. Mas não vá pelas "aparências". Natural da pequena cidade de Busselton, o surfista de 28 anos cresceu surfando em Margaret River e provou isso dentro da água. Não só eliminou Medina, com 15,17 contra 7,67, como também mandou para casa mais cedo o compatriota Mick Fanning, tricampeão mundial, com uma atuação de gala nas ondas tubulares.

E aí?

É claro que o desempenho ainda não é o esperado, mas ainda não é o momento para entrar em parafuso e fazer conclusões precipitadas sobre o talento de Medina. Com apenas 21 anos, ele ainda passará por um processo natural de amadurecimento e, certamente, voltará a vencer no Circuito Mundial. Vale lembrar que Kelly Slater, ele mesmo, o maior de todos os tempos, foi campeão pela primeira vez em 1992, sofreu no ano seguinte (até com algumas lesões), e só depois conseguiu engrenar de fato. O americano, que já derrotado pelo prodígio brasileiro nesta temporada, também faz questão de sempre elogiar o rival e acredita que se existe alguém capaz de igualar seus feitos, esse alguém é Medina. Então, vamos ouvir a lenda, dar tempo ao tempo e confiar no retorno do campeão.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade